A Ciência pelo Caminho das Artes (parte I)

Einstein

Albert Einstein

Shopenhauer

Shopenhauer

Albert Einstein fez um discurso sobre o físico Max Planck em 26 de abril de 1918, no qual dizia: “Eu sou da opinião de Schopenhauer quando falava: um dos motivos mais fortes que nos conduz em direção à Arte e à Ciência é a evasão da vida cotidiana, da sua aridez e do seu vazio desesperador.” Um dos maiores gênios de nosso século colocava no mesmo plano e ocupando o mesmo espaço a ARTE e a CIÊNCIA, possivelmente sentindo o entrelaçamento íntimo entre estes dois estados da inquietação do homem.

Assim começa o prefácio do livro “A Ciência pelo Caminho das Artes“, escrito pelo meu pai, Ivan Beltrão (Ivan Blin, como pintor), que foi cientista, engenheiro, matemático, pintor, poeta. E parceiro de Baden Powell.

Ivan Beltrao

Ivan Beltrão, meu pai

Meu pai, falecido em 1979 aos 56 anos, procurava uma lei que unificasse todas as formas de forças conhecidas no Universo, através das leis das curvaturas. Segundo ele, “as curvaturas do Universo são feitas para se unir, tanto na espiral de uma galáxia quanto numa nuvem eletrônica que envolve o proton para formar um átomo de hidrogênio.”

Bach

J. S. Bach

Tudo é curvatura: em uma fuga de Bach, os caminhos musicais tem suas curvaturas, formando uma verdadeira arquitetura em movimento; na hélice dupla da ADN, existe um verdadeiro casamento de curvaturas espaciais entre a adenina e timina e a guanina e a citosina; e na Fé, existe uma curvatura com dimensões enormes, numa tentativa sobre-humana de alcançar Deus.”

“A verdadeira riqueza de um homem é sua capacidade em aumentar suas dimensões em todas as direções da sensação da vida. A riqueza não é ser o proprietário de uma tela de Van Gogh, mas sim saber olhar para ela.”

E acrescenta: “Os artistas sempre se anteciparam aos cientistas, justamente por não utilizarem ferramentas pesadas e, pelo menos por enquanto, os sonhos serão sempre mais velozes que a própria luz.

Na verdade, o que Ivan propõe nos seus escritos é o total relacionamento entre Arte e Ciência, entre o micro e o macro. E, para provar isso, utiliza um poderoso ferramental matemático, baseado nas leis das curvaturas. Ao mesmo tempo, está longe de enaltecer a Matemática: “A matemática é uma bengala para o artritismo intelectual. O homem inventou a matemática para usar como ferramenta sobre a qual se apoia a fraqueza de nossa análise e síntese mental para acompanhar penivelmente a compreensão do espaço e do tempo que nossa imaginação deveria abraçar de um golpe só.

Ivan - Cristo2.zoom

Arte ou Ciência? Qual seria o contexto dessa imagem?

Em novembro de 2013, dentro do contexto do projeto “A Ciência pelo Caminho das Artes“, foi realizada uma exposição de parte da obra de meu pai, na Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, mais especialmente no evento “III Equinócio Cultural”. Em tempo: equinócio tem a ver com equilíbrio entre dia e noite. Equilíbrio entre Ciência e Arte.

Ivan - Convite expo

Convite da exposição “A Ciência pelo Caminho das Artes”. Criação da arte: Eduardo Vieira

No que consistiu este projeto apresentado na Fundação Planetário? Isto já é texto para outro post…

Mais informações sobre Ivan Beltrão: www.ivanbeltrao.com

Autor: Catherine Beltrão

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