A moça, a pérola e o palácio

A moça com um brinco de pérola” , do holandês Johannes Vermeer (1632-1675), é uma das mais importantes pinturas do classicismo. E uma das mais famosas do mundo, junto à “Mona Lisa“, de Da Vinci, à “O Grito“, de Munch e à “Noite Estrelada” de Van Gogh.

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“Moça com brinco de pérola”, de Vermeer. Ost, cerca de 1665-1667, 46,5 x 40 cm. Mauritshuis, Haia.

Por se tratar de obras famosas, muitas releituras têm sido feitas, algumas adaptando a imagem da obra a contextos ou ideias bem criativas.

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“Moça com brinco de pérola”, em toast. Releitura de Ida Skivenes.

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“Moça com brinco de pérola, como a personagem Marge Simpson. Releitura de David Barton.

É o caso de arte comestível de Ida Skivenes, artista norueguesa que, usando fatias de pão como “tela” e diversos alimentos como “tinta”, recria obras de diversos artistas como Magritte, Frida Kahlo, Munch, Van Gogh e Vermeer. Vide post aqui.

Uma outra proposta bem interessante é a de incorporar a imagem da obra de Vermeer a produtos afins: latinhas contendo pérolas, brincos ostentando a imagem da dita cuja “moça“, personagens de séries fantasiados de “a moça com um brinco …”, como a Marge Simpson, de David Barton.

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Pérolas em lata? A criatividade está ao alcance de qualquer um. Bendita criatividade quando se inspira da Arte…

Considerada como a “Mona Lisa holandesa“, não se conhece quem foi a modelo para a pintura. A obra foi restaurada  em 1994 e localiza-se no Museu Mauritshuis, em Haia.

O atual Museu Mauritshuis – Casa de Maurício – já foi moradia de Maurício de Nassau. É, aquele mesmo Conde Maurício de Nassau que ficou 7 anos no Brasil, entre 1637 a 1644, como Governador, Almirante e Capitão-General dos domínios conquistados e por conquistar pela Companhia das Índias Ocidentais no Brasil.

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Fachada do Museu Mauritshuis, em Haia.

A casa de Maurício de Nassau em Haia foi construída no século XVII, na época em que Conde Maurício de Nassau passou em Pernambuco.

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Museu Mauritshuis, mostrando o lago artificial Hofwijver.

Nas salas do Mauritshuis, Maurício de Nassau exibia com orgulho, após seu período de sete anos como governador da colônia holandesa no Nordeste brasileiro, papagaios, tartarugas, pedras preciosas e até índios tupinambás trazidos dos trópicos. O próprio palácio tinha o apelido de “mansão do açúcar”: o edifício foi parcialmente construído com a fortuna que o conde fez no Brasil – cerca de 2% da renda do comércio açucareiro entre o Nordeste holandês e a Europa ia para o seu bolso.

Em 1822, o palácio virou museu e, o seu atual complexo, que se espalha por 6.400 m², abriga atualmente uma coleção de  800 obras de arte feitas por artistas holandeses e flamengos da Era do Ouro,  como Rembrandt, Vermeer, Frans Hals, Peter Paul Rubens e Jan Steen.

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Museu Mauritshuis: corte frontal, depois da reforma.

A reforma do Mauritshuis, que durou dois anos, de 2012 a 2014, custou cerca de 30 milhões de euros e, como principal novidade, deu ao museu uma nova área ao lado do antigo palácio de Maurício de Nassau, aonde se chega através de um via subterrânea, feita especialmente para abrigar exposições temporárias.

 Autor: Catherine Beltrão

Comment(1)

  1. Responder
    Kíssila says:

    Sempre gostei dessa tela. Passa a impressão de que ela estava sendo observada há um tempo e, de repente, sentiu sua energia ser sugada e olhou para trás. Mas quando se virou foi o brilho do brinco o que mais surpreendeu o artista. Eu fantasio isso quando vejo a imagem…kkk Abraço!

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