Arco do Triunfo

Hoje, 29 de julho, é dia de se falar de um dos mais importantes monumentos mundiais: o Arco do Triunfo.

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Arco do Triunfo em 1918

O Arco do Triunfo (“l’ Arc de Triomphe”) é um dos mais significativos monumentos de Paris. Projetado por Jean Chalgrin e construído em comemoração às vitórias militares do Napoleão Bonaparte, sua primeira pedra foi colocada em 1806, após a vitória napoleônica em Austerlitz. O Arco do Triunfo representa, na verdade, o enaltecimento das glórias e conquistas do Primeiro Império Francês, sob a liderança de Napoleão Bonaparte. Inaugurado em 29 de julho de 1836, a monumental obra detém, gravados, os nomes de 128 batalhas e 558 generais.

No solo, situa-se o memorável “Túmulo do soldado desconhecido” (“Ici repose un soldat français mort pour la patrie“). As cinzas do incógnito combatente francês, morto durante os sangrentos conflitos da Primeira Guerra Mundial, ali repousam desde 1920.

No decorrer de quase dois séculos, o Arco do Triunfo é um dos monumentos mais representados por artistas, em desenhos e pinturas, que se tem notícia. Este post apresenta três deles, todos franceses: Edouard Leon Cortés (1882-1969), Antoine Blanchard (1910-1988) e Eugène Galien-Laloue (1854-1941).

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“Arco do Triunfo”, de Edouard Cortés

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“Arco do Triunfo”, de Edouard Cortés

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“Arco do Triunfo”, de Edouard Cortés

Em meados de 1.900 Edouard Cortés começou a pintar as telas que o tornariam o mais famoso pintor de cenas urbanas de Paris. Um dos artistas mais prolíficos de seu tempo, Cortés, retratando suas ruas e monumentos, encontrou aí seu nicho de mercado e soube explorá-lo muito bem. Suas perspectivas de Paris estão entre as  imagens mais reveladoras e belas do gênero, as quais retratou em todos as estações do ano, por mais de 60 anos. Cortés retratou vários pontos marcantes da cidade, em épocas e estações do ano diferentes, sob sol pleno ou sob a chuva, em dia claro ou ao anoitecer,  sempre mostrando a vida da cidade, seus habitantes e os lugares que frequentavam. Notáveis são as representações do Arco do Triunfo, o qual pintou inúmeras vezes, como que oferecendo ao apreciador da arte as várias nuances de luz e cores possíveis.

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“Arco do Triunfo”, de Eugène Galien-Laloue

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“Arco do Triunfo”, de Eugène Galien-Laloue

Eugène Galien-Laloue mentiu sobre sua idade e foi para o exército antes do tempo,  participando da guerra de 1870. Em 1874, ele foi recrutado pela Société française des chemins de fer para desenhar o traçado dos trilhos de Paris para as estações da província. Ele aproveitou para pintar as paisagens vizinhas e os bairros de Paris, produzindo um grande número de guaches, tomando cuidado para respeitar o traçado e a perspectiva dos prédios. Eugène fez variar a tonalidade do céu, o aspecto das árvores e o efeito da luz, em função das estações, animando os lugares com personagens, enfatizando particularmente as calçadas molhadas da chuva e da neve.

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“Arco do Triunfo”, de Antoine Blanchard

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“Arco do Triunfo”, de Antoine Blanchard

Antoine Blanchard é o pseudônimo do pintor francês Marcel Masson. Ele também se tornou popular pintando cenas de ruas parisienses.

Assim como Édouard Cortès e Eugène Galien-Laloue, Antoine Blanchard  pintou essencialmente Paris e seus moradores daqueles anos “vintage“. O artista começou pintando cenas de Paris no final dos anos 50, e  como Cortés, pintava a mesma cena muitas vezes, em diferentes estações ou condições climáticas. As cenas mais recorrentes eram as vistas da cidade em dias nublados ou chuvosos, mostrando ruas repletas de gente voltando para casa na hora do rush, tudo refletido nas calçadas molhadas…

O Arco do Triunfo é, ainda e desde sempre, símbolo do patriotismo e orgulho francês. E para os artistas, fonte de inspiração para seus espíritos ao mesmo tempo inquietos e contemplativos.

 Autor: Catherine Beltrão

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