A arte cinética possui movimento, beleza e precisão. O esporte olímpico tem movimento, beleza e precisão. A arte olímpica é movimento, beleza e precisão.
Tendo sido assistente de Portinari, com quem trabalhou no Mural de São Francisco de Assis na Pampulha, Athos Bulcão (1918-2008) é um dos maiores nomes do concretismo brasileiro. Junto à arquitetura de Oscar Niemeyer, deixou um legado imenso de painéis e azulejos em obras públicas de Brasília. Na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a geometria e o concretismo de Athos Bulcão se transformaram em Arte Cinética, através da introdução do movimento proporcionado pela fantástica coreografia de Deborah Colker.
Oscar Niemeyer (1907-2012), nosso maior arquiteto, que disse um dia “Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito“, também esteve presente na cerimônia de abertura das Olimpíadas Rio 2016. O traçado das curvas de Niemeyer formaram a passarela por onde Giselle Bündchen caminhou ao som de Tom Jobim.
Anthony Howe, escultor cinético que criou a pira dos Jogos Olímpicos Rio 2016, define a escultura cinética: “Escultura cinética reside na interseção de inspiração artística e complexidade mecânica“.
E continua Anthony Howe: “A fabricação de uma das minhas peças depende de expressão criativa, fabricação de metal e um processo de design lento em partes iguais. Destina-se a alterar a própria experiência de tempo e espaço quando testemunhado”.
A pira olímpica de Anthony Howe, a passarela de Oscar Niemeyer e as construções coreográficas de Athos Bulcão mostram como o esporte se aproxima da arte, em especial a Arte Cinética, quando se trata de movimento, beleza e precisão.
Autor: Catherine Beltrão