Na noite do dia 2 de setembro de 2018, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, ardia em chamas. O fogo destruiu quase a totalidade do acervo histórico e científico construído ao longo de duzentos anos, com cerca de vinte milhões de itens catalogados.
O que se faz após uma tragédia desta magnitude? Cabe a cada um de nós refletir, planejar e agir. Foi o que Vik Muniz fez. Vik Muniz, brasileiro, um dos maiores nomes da arte contemporânea mundial, que trabalha com materiais inusitados, como lixo, restos de demolição e componentes como açúcar, chocolate, café e … cinzas.
Desta vez, o artista utilizou cinzas do Museu Nacional para produzir algumas obras que estão atualmente em exposição em uma Galeria de Nova York. Trabalhando com cinzas dos milhões de itens destruídos no incêndio, Vik reproduziu alguns deles: a Luzia, um dinossauro, sarcófagos, múmias, borboletas, vasos…
Este trabalho mostra o esqueleto reconstituído do dinossauro Maxakalisaurus topai , uma das maiores atrações que o Museu Nacional apresentava…
Luzia, o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil, achado em 1974, também fazia parte do acervo do Museu. Magnífico trabalho de Vik Muniz!
O artista também reproduziu o sarcófago de Sha-Amun-en-su. Ele, com sua múmia e todos os artefatos votivos conservados em seu interior, também se transformaram em cinzas no incêndio.
Palavras de Vik Muniz, acerca da exposição: “Nós já vivemos com um crescente deficit de realidade. Então, ver a História em chamas naquele momento, me fez sentir sem chão, preso a um presente infinito. Só é possível ser criativo num mundo de fatos e realidades tangíveis.”
Quando nos deparamos com as cinzas do passado, precisamos transformá-las no caminho do presente em direção ao futuro.
Fonte: matéria da GloboNews. Clique aqui.
Autor: Catherine Beltrão
Comment(1)
MIGUEL PENNA SATTAMINI DE ARRUDA says:
26 de novembro de 2019 at 12:24Belo e impressionante trabalho. Parabéns pelas valiosas informações.