Jackson Pollock (1912-1956) é um dos maiores pintores norte-americanos do século XX, referência no movimento do expressionismo abstrato. Ele desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernst, o ‘dripping’ (gotejamento), na qual respingava a tinta sobre suas telas.
Pollock pintava com a tela no chão, e não utilizava cavaletes, isto para sentir-se dentro do quadro.
“On the floor I am more at ease. I feel nearer, more a part of the painting, since this way I can walk around it, work from the four sides and literally be in the painting.”
“No chão eu me sinto mais à vontade. Eu me sinto mais perto, sendo uma parte da pintura, podendo caminhar em volta dela, trabalhando nos quatro lados e literalmente estando dentro da pintura.”
Acima, a obra “Number 18“, de 1950.
A técnica de “gotejamento” utilizada por Pollock misturava movimentos com as latas de tinta – sacudindo, espirrando e pingando – quase não usando pincéis.
Ao desenvolver essa técnica, Pollock passou a utilizá-la quase que exclusivamente – de 1947 a 1950 -, fazendo uso de ferramentas não convencionais: ao invés dos pincéis, fazia uso de varas, escovas duras e até seringas, regando para criar.
“A pintura tem vida própria. Procuro deixar que ela se manifeste.”
A obra “Number 16“, de Jackson Pollock, foi doada ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM-RJ – pelo multimilionário norte-americano Nelson Rockefeller, em 1954. É uma das 16 mil obras do acervo do museu e uma das mais requisitadas para empréstimo.
A “Number 16” também é a única obra de Pollock existente no Brasil em um museu. E tudo indica que deverá ser vendida. Para garantir a sustentabilidade do MAM, durante pelo menos 30 anos. Uma única obra garantindo a sobrevivência de um espaço cultural brasileiro que, como quase todos os demais, não consegue se gerir pela própria competência administrativa, sem utilizar do artifício de vender seu patrimônio.
A propósito: o recorde para uma obra de Jackson Pollock é de 160,8 milhões de dólares. O valor da “Number 16” está estimada em 25 milhões de reais.
Autor: Catherine Beltrão
Comments(2)
MIGUEL PENNA SATTAMINI DE ARRUDA says:
1 de abril de 2018 at 03:07Não aprecio este tipo de arte. Ótima apresentação, com muita informação objetiva e essencial, mas sua pintura não me agrada.
É uma arte totalmente aleatória, cuja criatividade está dispersa em escolhas que só permitem a existência das cores e mais nada.
Catherine Beltrão says:
3 de abril de 2018 at 22:53Miguel, a Arte não é unânime. Nem pode ser. Gostar ou não de um determinado tipo de obra depende de muitas variáveis. Uma delas é o conhecimento. Você tem conhecimento da relação da obra de Jackson Pollock com o modelo geométrico dos fractais? Eu só fui conhecer esta relação recentemente. A propósito, veja este post que publiquei hoje no blog: http://artenarede.com.br/blog/index.php/pollock-e-os-fractais/
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