As nove obras de Leonardo da Vinci

Outro dia estava tomando café com alguns amigos e surgiu o nome Leonardo. Leonardo da Vinci. O maior gênio de todos os tempos. E talvez o maior polímata de toda a História, destacando-se como  cientista, pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, matemático, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, inventor, fisiólogo, anatomista, escritor, poeta e músico.

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“São Jerónimo no deserto” – c. 1480 – Tempera e óleo sobre painel – 103 × 75 cm

Mas a prosa enveredou para o Leonardo pintor. Mesmo porque ninguém ali iria discutir “O Homem Vitruviano“, a proporção áurea e a simetria da beleza. Nem tecer considerações sobre protótipos de helicópteros ou calculadoras.

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“A Adoração dos Magos” – 1481 – Óleo sobre madeira – 240 × 250 cm

Uso de energia solar? Alguém entende de? Teoria de placas tectônicas? Placas o quê? Não, definitivamente não. A zona de conforto era falar de “Mona Lisa“, certo?

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“Virgem das Rochas” – 1483–1486 – Óleo sobre madeira (transferida para tela) – 199 × 122 cm

Bem, todo mundo sabe que a “Mona Lisa” é o retrato mais famoso e valioso já pintado na História. Está na linha de frente das obras de arte mais controversas, questionadas, valiosas, elogiadas, comemoradas e reproduzidas.

Foi aí que comentei que a quantidade de obras pintadas por Leonardo cabiam nos dedos das duas mãos. Mesmo faltando um dedo. Isso mesmo! Somente nove obras são atribuídas universalmente a Da Vinci! Como assim? Isso não é possível…

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“A Última Ceia” – (1495-1498) – Mista com predominância da têmpera e óleo sobre duas camadas de preparação de gesso aplicadas sobre reboco – 460 × 880 cm

É verdade. O maior gênio de todos os tempos, autor do quadro mais famoso da História da Arte, possui somente nove obras a ele atribuídas sem contestação. Senão vejamos, por ordem cronológica:

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“A Virgem, o Menino, Sant’Ana e São João Batista” – c. 1499–1500 – Carvão e giz preto e branco sobre papel colorido – 142 × 105 cm

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Sala delle Asse – 1498–1499 – Afrescos

1. “São Jerônimo no deserto” – c. 1480 – Tempera e óleo sobre painel – 103 × 75 cm – Museu do Vaticano, Vaticano
2. “A Adoração dos Magos” – 1481 – Óleo sobre madeira – 240 × 250 cm – Uffizi, Florence
3. “Virgem das Rochas” – 1483–1486 – Óleo sobre madeira (transferida para tela) – 199 × 122 cm – Museu do Louvre, Paris
4. “A Última Ceia” – (1495-1498)  – Mista com predominância da têmpera e óleo sobre duas camadas de preparação de gesso aplicadas sobre reboco – 460 × 880 cm – Santa Maria delle Grazie, Milão
5. “Sala delle Asse” – 1498–1499 – Afrescos – Castelo Sforzesco, Milão
6. “A Virgem, o Menino, Sant’Ana e São João Batista” – c. 1499–1500 – Carvão e giz preto e branco sobre papel colorido – 142 × 105 cm – National Gallery, Londres
7. “Salvator Mundi“- c. 1499–1500 – Óleo sobre painel – 66 × 46 cm – Museu do Louvre, filial em Abu Dhabi
8. “Mona Lisa ” – c. 1503–1507 – Óleo sobre madeira – 76.8 × 53.0 cm – Museu do Louvre, Paris
9. “A Virgem e o Menino com Santa Ana” – c. 1508 – Óleo sobre painel – 168 × 112 cm – Museu do Louvre, Paris

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“Salvator Mundi” – c. 1499–1500 – Óleo sobre painel – 66 × 46 cm

Ao analisarmos a lista das nove obras, percebemos que todas se encontram na Europa, com exceção de “Salvator Mundi“. Este quadro, aliás, ostenta hoje o título de obra mais valiosa já adquirida em leilão: no dia 15 de novembro de 2017, na casa Christie’s de leilões, foi arrematada por um valor recorde de 450,3 milhões de dólares.

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“Mona Lisa” – c. 1503–1507 – Óleo sobre madeira – 76.8 × 53.0 cm

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“A Virgem e o Menino com Santa Ana” – c. 1508 – Óleo sobre painel – 168 × 112 cm

 

Paris, Milão, Florença, Vaticano e Londres: cinco cidades europeias a percorrer para visitar oito obras de Leonardo da Vinci. É o que se pode chamar de concentração de beleza!

 

   Autor: Catherine Beltrão

Comments(2)

  1. Responder
    Ana Paula Soares says:

    Oi, Catherine. Tudo bem? Descobri seu blog nos meus estudos para o mestrado. Estou adorando os textos e não tive como deixar de comentar. Esse post sobre Da Vinci vem coroar uma coisa que venho pensando nos últimos tempos: o fato de nossa sociedade fazer com que escolhamos uma profissão criando uma aura de que temos que ser aquilo até o fim da vida. E não é bem por aí. Trabalho em redação de jornal e revista há quase oito anos, sou feliz no que faço, mas começo a sentir novas vontades se aflorando em mim e estou tentando manter tudo ao mesmo tempo. Bom, não sei onde isso vai dar, mas é algo que venho matutando sozinha, como podemos nos desdobrar com o passar do tempo… quando vamos também nos conhecendo mais e descobrindo que mais de uma coisa toca nosso coração.
    Beijos,
    Ana

  2. Responder
    Catherine Beltrão says:

    Olá Ana Paula!
    Você tocou em um ponto bem interessante: “O fato de nossa sociedade fazer com que escolhamos uma profissão criando uma aura de que temos que ser aquilo até o fim da vida.” Isso é terrivelmente limitante para quem, como você (e como eu) visualiza outros horizontes no decorrer da vida. O conhecer, o fazer, o satisfazer não têm limites e você precisa ir atrás de tudo isso. Parabéns e boa sorte!

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