Brasil no ranking mundial de roubo de obras de arte

Há 10 anos, o Brasil integra o ranking mundial de roubo de obras de arte. Em 24.02.2006,  quatro obras e um livro de gravuras foram roubadas do Museu Chácara do Céu, situado no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. É o maior roubo de arte do Brasil e um dos dez maiores do mundo. Nessa lista, o roubo à Chácara é o único da América Latina.

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“A Dança”, de Picasso. 1956, ost, 100 X 81 cm

Na época,  as obras roubadas foram avaliadas em mais  de US$ 10 milhões.

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“Dois balcões”, de Salvador Dalí. 1929, ost, 23,5 cm X 34,5 cm

Era uma sexta-feira antes do carnaval. Quatro homens armados invadiram o Museu da Chácara do Céu, obrigaram os seguranças a desligar o circuito interno de TV e prenderam turistas em uma sala. Os ladrões levaram as obras “Os Dois Balcões“, de Salvador Dalí, “A Dança“, de Pablo Picasso, “Marine“, de Claude  Monet, e “Jardim de Luxemburgo“, de Henri Matisse. Além disso, os bandidos quebraram uma vitrine para levar uma edição de “Toros“, livro de gravuras de Picasso.

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“Jardim de Luxemburgo”, de Henri Matisse.1903, ost

Fragmentos da obra “A Dança”, de Picasso, foram encontrados em uma fogueira no Morro dos Prazeres, também em Santa Teresa. Depois do roubo, o quadro de Matisse foi noticiado como sendo oferecido em um site de leilões virtuais da Bielo-Rússia, com lance mínimo de US$ 13 milhões. Parece que foi um alarme falso.

Mas não foi a única vez que a Chácara do Céu teve peças roubadas. Em 1989, havia tido um assalto e levaram várias obras, entre as quais estavam duas que novamente seriam roubadas em 2006.  Estas peças, roubadas em 1989, foram encontradas em um apartamento no Rio.

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“Marine”, de Monet. Ost, pintado entre 1880 e 1890

 

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Capa do livro “A Arte do Descaso”, de Cristina Tardáguila

Foi lançado recentemente o livro-reportagem “A Arte do Descaso“, da jornalista Cristina Tardáguila, que pesquisou a respeito deste roubo, até agora sem solução. O crime, embora tenha decorrido há mais de 10 anos, ainda está na fase de inquérito. Falta ser analisado pelo Ministério Público para, só depois, ser transformado em denúncia e, aí sim, ir para a Justiça, que pode ou não aceitar a denúncia. O crime prescreve em 2026.

Autor: Catherine Beltrão

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