Nos seus 37 anos de vida, Vincent van Gogh (1853-1890) habitou 37 endereços. Estes números fazem do artista um nômade. Casas, albergues, pousadas, não importa, ele precisava sempre mudar de ares, mudar de cheiros, mudar de luzes.
Associamos Van Gogh a girassóis, campos de trigo e autorretratos. Algumas flores… talvez. E a uma casa: a famosa “Casa amarela“. Mas ele pintou muitas casas!
Resolvi apresentar algumas das casas pintadas por Van Gogh, aquelas que ele resolveu eternizar em telas, tendo sido por ele habitadas ou não.
Van Gogh nasceu na pequena vila de Zundert, na Holanda. Em 1869 foi morar na cidade de Haia, e em 1872 em Bruxelas, na Bélgica. Dois anos depois, vai para Londres. Em 1875, encontra-se em Paris. Mas no ano seguinte, volta para a Inglaterra. Depois, volta a morar com os pais, em Etten, Holanda e em 1877, em Amsterdam. Depois, volta para a Bélgica.
Em 1880, ele está em Bruxelas e escreve para o irmão “Eu não quero pintar quadros, eu quero pintar a vida”. Também ficou em Cuesmes, perto de Bruxelas. Foi nessa época que decidiu tornar-se um artista. Faz muitos desenhos, usa carvão e pastel. Neste mesmo ano, viajou para Bruxelas. Em 1881, mais um tempo em Etten e outro em Haia. Em julho de 1882 pinta seu primeiro quadro a óleo. No ano seguinte volta para a casa dos pais, onde passa os dias lendo e pintando.
Em 1883, foi para Drente, na Holanda e depois Nuenen, para morar novamente com os pais, focando o desenho e a pintura.
Em 1885, Van Gogh começou a trabalhar no que é considerada a sua primeira obra-prima, “Comedores da Batata“. Van Gogh decidiu se mudar para Paris, em 1886, e ficou na casa de seu irmão Theo.
Em fevereiro de 1888, aconselhado pelo amigo Toulouse-Lautrec, Van Gogh embarcou em um trem para o sul da França, à busca de luz. Desembarcou em Arles e foi morar na que depois se tornou a célebre “Casa amarela“, junto com seu amigo Paul Gauguin.
Em 1890, Van Gogh foi para Auvers, morar no Albergue Ravoux. Por uma diária de 3F50, Van Gogh ocupou um quarto minúsculo no sótão, de apenas 7 metros quadrados e uma claraboia no teto.
A propósito: o quarto que ocupou em sua última morada nunca mais foi alugado por ninguém…
Autor: Catherine Beltrão