Isadora

Como sempre faziam na maior parte dos finais de tarde, Katia e sua avó Edith, recostadas respectivamente no sofá e na poltrona bergère da sala, repetiam seus rituais de leitura: livros de pintura para a avó, livros de balé para a neta. De repente,  a menina exclamou: – Olha só, vó,

Continuar lendo

Odete, Aurora ou Clara?

Katia e sua avó pintora estavam recostadas no sofá azul da sala, ouvindo música. Música de balé. Música do compositor  Peter Ilyich Tchaikovsky. – Vou pintar uma bailarina!, disse a avó. E complementou: – Qual você gosta mais? A Odete, a Aurora ou a Clara? Katia respondeu: – Chiii… não sei!

Continuar lendo

A bailarina azul

Katia, a menina que tinha uma avó pintora que se chamava Edith, costumava sonhar acordada. Sonhava com quase tudo que a avó pintava: sonhava com ursos, palhaços, flores, praias e… bailarinas. Um dia, Katia sonhou com uma bailarina azul. Não, não era uma bailarina vestida de azul. Era uma bailarina azul

Continuar lendo

O Jardim de Dentro e o Jardim de Fora

Como pode isso, vovó? Não entendi… Jardim de Dentro? Jardim de Fora? Vou explicar. Primeiro você tem que acreditar que já fui criança um dia. Igualzinha a você. Sei que é difícil, mas faça um esforcinho… Bem, tudo começou com o Jardim de Dentro. Eu já lhe contei que sua tataravó

Continuar lendo

Os sessenta anos de um urso e de um palhaço

Era uma vez um ursinho preto. De pelúcia. E também era uma vez um palhaço. De pano, listrado de vermelho e branco.  Eles se encontraram na casa de uma menina. Ela tinha seis anos. Seu nome era Katia.  Katia adorava brincar com eles. O ursinho preto e o palhacinho vermelho

Continuar lendo

Sangue, tempo e aquarelas

Minha família veio de longe. De terras brumosas e brumas uivantes. E de tempos em tempos, a saudade costuma ganhar peso. Nessas horas, recorre-se a fotos antigas, a objetos que teimam não apodrecer… e que justificam nossas lembranças. Como algumas das aquarelas de Wambach. Georges Wambach (1902-1965), grande aquarelista nascido em

Continuar lendo

Retratos de uma velha senhora

A velha senhora se chama Marie Pivert Blin. A velha senhora é mãe de Edith Blin. A velha senhora também era conhecida como a “Bonne Maman“. Minha bisavó. Não cheguei a conhecê-la. Nossos caminhos se cruzaram, mas em planos diferentes. Ela partiu em dezembro de 1947 e eu cheguei alguns meses

Continuar lendo

Um dia em 1972

Não lembro o dia. Nem o mês. Só o ano: 1972. Neste dia, eu fui, uma vez mais, modelo de Edith. Edith Blin, minha avó. Edith, cúmplice de vida e de alma. Minha avó me pintou 129 vezes, em 32 anos. Desde que eu nasci até a sua partida. Foram

Continuar lendo

O antigo que permanece

  Acaba de ser publicado, pela Gaps Editora, o belo livro “Rio – Casas e Prédios Antigos“, com textos de Rafael Bokor e fotografias de Milena Leonel e Renan Olivetti. Primoroso. Uma viagem pelo tempo e pelos caminhos sensíveis representados nos escritos e nas imagens, que se complementam como peças de

Continuar lendo

Que será do amanhã do Museu Casa do Pontal, o maior museu popular do Brasil?

Era uma vez um francês, Jacques van de Beuque (1922-2000).  Ele foi preso na Segunda Guerra Mundial e enviado para Kiev, na Ucrânia, onde ficou dois anos. Em 1944 fugiu da prisão, voltou para a Europa e encontrou Cândido Portinari, que o convenceu de vir para o Brasil. Foi o que ele fez,

Continuar lendo