Eu estava navegando ontem pelo Face e, de repente, me deparo com a seguinte imagem:
Sensacional! Entre as milhares de mesmices sem graça na mídia mundial, comentando o gesto do jogador de futebol Daniel Alves em resposta a uma atitude racista de um torcedor, esta imagem sobressai, misturando arte, ciência (com Darwin) e humor… não me contive: tive que escrever este post sobre Chico Joy, um jovem artesão que faz muito mais que artesanato. Ele faz Arte, assim mesmo, com “A” maiúsculo!
Conheci Chico Joy há cerca de 8 anos. Queria fazer meu Jardim dos Poetas e precisava de esculturas. Pesquisei na Internet. E encontrei um artesão que fazia figuras em biscuit. E que morava na mesma cidade que eu. Incrível!
De lá pra cá, surgiram várias obras. Nos primeiros anos, os poetas foram aparecendo no jardim. Fernando Pessoa – Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, Vinicius de Moraes – Que o amor seja infinito enquanto dure, Carlos Drummond de Andrade – No meio do caminho tinha uma pedra , Mario Quintana – Eles passarão, eu passarinho, Cecília Meireles – Aprendi com a primavera a me deixar cortar. E a voltar sempre inteira.
Depois, a vez da presença francesa: o Non, je ne regrette rien de Edith Piaf, o Ne me quitte pas de Jacques Brel. E o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry: “C’est le temps perdu pour ta rose qui fait ta rose si importante.”
Por fim, as lembranças da infância: os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato e de Tintin, de Hergé.
Em 2011, o CBA – Centro Brasileiro de Arqueologia comemorou seu cinquentenário e realizou o evento do II ELAA – II Encontro Latino Americano de Arqueologia. Na época, eu participava da Diretoria da instituição e, resolvi que, entre as atividades programadas para este evento, seria apresentada uma exposição de cinco magníficas maquetes de importantes sítios arqueológicos brasileiros. Escolhi os sítios e Chico Joy executou as maquetes: o Sambaqui da Beirada, em Araruama/RJ, a Pedra do Ingá, em Ingá/PB, o Parque Paleontológico de São José de Itaboraí/RJ, a Toca do Cosmos, em Xique-Xique/BA e a Lagoa Santa, em Lagoa Santa/MG. Para explicar as maquetes, a exposição também contou com baners criados por Eduardo Vieira, designer também colaborador deste blog.
As peças que mais me emocionam são as que representam meu pai, Ivan Beltrão, como cientista e como pintor e a minha avó, Edith Blin, em dois momentos de sua trajetória de artista plástica, na década de 40 e na década de 60.
No Natal de 2013, resolvi montar um presépio todo particular, com várias peças deste artista maior Chico Joy! Além dos personagens clássicos de um presépio, estavam lá Bach, Beethoven, Mozart, Einstein, Tom, Vinicius, Van Gogh, Guignard, Ivan, Edith…
Mais Chico Joy: https://www.facebook.com/atelierchicojoy
Autor: Catherine Beltrão
Comments(3)
Nelson Nonato says:
30 de abril de 2014 at 21:30realmente este rapaz e a senhora mae dele são dois grande artistas.
Cada dia que passa eles se superam.
parecem que fazem arte para extravasar a arte que carregam em seus peitos como se fosse uma necessidade visceral
Chico Joy says:
7 de maio de 2014 at 04:24Que alegria eu senti ao ver esse post em seu site.
Alegria maior também sinto em saber que pessoas como você fazem de tudo para resgatar a arte e levá-la a outros níveis.
Sei que você é uma pessoa que respira arte, e me sinto honrado em ter sido escolhido para executar tarefas tão especiais na sua vida particular e profissional.
Agradeço mais uma vez todo o carinho com o meu trabalho, e que cada peça feita por mim para você, seja um obrigado com a mais sincera alegria.
Grande abraço,
Chico Joy.
Tereza Cristina Reis says:
3 de setembro de 2014 at 17:04Fui aluna do grande artista Chico Joy durante 4 anos e aprendi além do biscuit, um pouco da entrega e capacidade artística desse rapaz.
Infelizmente,vivemos em um país onde pessoas como Chico, quase perfeitas naquilo que fazem com seus dons, não são valorizadas. Já não moro em Nova Friburgo há 3 anos, mas sempre que vou até lá me recordo das aulas e amizades que fiz no tempo em que estivemos juntos nos Cursos oferecidos por ele. Parabéns Nova Friburgo, por tal artista. Já está passando da hora de valorizá-lo. Chico, grande abraço, Tereza e Luiz Carlos