Quando a chuva cai na cidade, duas coisas costumam penetrar na alma das pessoas: o som dos pingos tocando os guarda-chuvas abertos e a cor que se espalha dos reflexos dos prédios produzidos no chão.
Dois artistas contemporâneos captaram, de forma singular, estes reflexos provocados pela chuva urbana: o pintor britânico Nathan Walsh, cujos trabalhos mais parecem fotografias e o fotógrafo russo Eduard Gordeev, cujas fotos mais parecem pinturas…
Os trabalhos de Nathan Walsh já foram expostos nos principais museus de Zurique, Paris, Londres e Nova York.
Seu estilo hiper-realista faz uso da fotografia como base para seus trabalhos, acrescentando recursos mecânicos ou ópticos para transferir a imagem fotográfica para a técnica de retículas para ampliação da imagem. O resultado alcançado é uma maior minúcia dos detalhes e uma alta definição geral da imagem, que torna os objetos representados aparentemente mais palpáveis e concretos, com uma ilusão de realidade maior do que a própria fotografia.
Walsh passou 8 meses pintando os detalhes intrínsecos da praça mais famosa do Mundo, a “Times Square“.
No extremo oposto, temos Eduard Gordeev, que trata suas fotos ao estilo impressionista, brincando com as cores e as luzes como as obras que conhecemos de Monet ou Renoir.
Gordeev gosta muito de fotografar cenas urbanas em dias chuvosos.
Morando em São Petersburgo, na Rússia, são famosas as fotos que o artista faz desta cidade, em dias e noites de chuva. Tratando cuidadosamente as fotografias, esfumaçando silhuetas de prédios e monumentos com os seus respectivos reflexos nas poças de água existentes nas ruas e avenidas, nosso olhar é induzido a confundir seus trabalhos com pinturas impressionistas.
Chuva, reflexos, pinturas e fotos… caminhos que artistas trilham à nossa frente, para podermos, mais tarde, encantar nossas mentes e acalentar nossos corações.
Autor: Catherine Beltrão