Duas damas da Arte em Nova Friburgo

Hoje o foco é na cidade onde moro. Na Arte da cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. E neste mês de julho, esta arte se concentra no lugar-mor dos expositores, a Usina Cultural Energisa, no centro da cidade, bem em frente à Praça Getúlio Vargas, ou melhor, ao que restou da Catedral de Eucaliptos, após o abate de dezenas de árvores centenárias em janeiro passado. Mas voltemos ao foco.

Entre os dez expositores da Expoação, estão Adair Costa e Rose Aguiar, duas artistas de longa data, uma pintora e outra fotógrafa. Duas grandes damas que respiram e fazem brotar a arte do cotidiano, das pequenas e não pequenas coisas vivenciadas ou imaginadas.

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Rose Aguiar, com quatro de suas foto-artes.

Conheci Rose Aguiar faz pouco tempo. Suas foto-artes encantam o olhar e intrigam a mente. Enquanto alguns tentam fazer da arte uma fotografia, Rose caminha no sentido inverso, transformando fotos em arte. A partir de objetos e elementos reais, os espaços que surgem são quase abstratos, quase anamórficos.

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Rose Aguiar, com um tríptico foto-arte.

Extremamente bela a sua proposta e totalmente genuíno o seu propósito.  Paisagens urbanas vistas através de vidraças “enchuvaradas” nos deixam de alma lavada… assim como vidros coloridos engavetam cada um de nossos pensamentos!

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Adair Costa, com um de seus “Recortes urbanos”

Conheci Adair Costa em 2002, quando ela doou a obra “Silêncio” para o Museu ArtenaRede.

Como ela mesma define seu trabalho, é uma feliz mistura do real com o imaginário. A partir de alguns elementos reais, a imaginação elabora o resto…  “O artista já vive diariamente pensando como vai elaborar o seu trabalho”.

Na presente Expoação, Adair apresenta três “Recortes urbanos“, com acrílica sobre tela. Adair Costa atravessa uma fase de colorido intenso e provocante, que nos conduz também a um imaginário alegre e de bem com a vida. Sua arte contemporânea, contrariamente à maioria, não choca nem agride. Ela embala nossos sonhos e fantasias. Simples assim. E isso é fantástico!

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Adair Costa, com mais dois trabalhos da série “Recortes Urbanos”

 

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“Silêncio”, de Adair Costa. 2001, técnica mista, 100 X 100cm

Falei da obra “Silêncio“, doada ao Museu ArtenaRede. Aí está ela. E assim falava Adair Costa, em 2002: “Hoje, meu trabalho parte de exercícios de concentração. Deixo surgir livremente a sensibilidade para idéias que vão tomando corpo através de desenhos mentais. Assim sendo, prossigo caminhando para uma ação ( no caso da tela) onde vão se construindo e tomando forma imagens, através da apropriação de materiais e tintas que são cuidadosamente estudados, com vistas ao papel de interrelação, interação e transformação no tempo, dando origem a obras, sem a preocupação de identidades  pré-estabelecidas, mas com características de Abstração Informal.”

 Autor: Catherine Beltrão

Comments(4)

  1. Responder
    Adair Costa says:

    Oi Catherine Beltrão, muito obrigada por suas palavras sobre meu trabalho, bem como as palavras carinhosas à respeito de minha trajetória artística. Lembrar da obra Silêncio por mim doada ao museu Artenarede, mostra o quanto você valoriza o trabalho do artista. Fico bastante honrada.
    O destaque dado aos três trabalhos recentes expostos na Galeria da Usina muito me alegra, principalmente por sentir sua sensibilidade em traduzir de forma tão correta meu propósito na criação das obras.
    Muito obrigada Catherine Beltrão… continue atenta às criações artísticas friburguenses!

    • Responder
      Catherine Beltrão says:

      Adair, o blog ArtenaRede não pode deixar de apontar os melhores eventos ligados à arte de Friburgo. Você e a Rose são expoentes da região nesta área, trazendo para nós momentos de reflexão e beleza. Isto precisa e merece ser divulgado. Um grande abraço!

  2. Responder
    Adair Costa says:

    Muito obrigada Catherine Beltrão por nos colocar como expoentes na área das Artes Visuais de Nova Friburgo. Fico bastante lisonjeada e me coloco à disposição do ArtenaRede. Grande abraço.

  3. Responder
    Rose Borges says:

    Querida Catherine
    Fiquei muito feliz de ver seu comentário e seu texto sobre nossos trabalhos, meu e de Adair. Fazemos o melhor de nós. A criação na minha arte, às vezes surge do acaso e essas descobertas me trazem o prazer de ver coisas que no dia a dia não percebemos. Fazer com que as pessoas fiquem curiosas para saber o que vem a ser as imagens por mim captadas e que faz com que eu continue nessa jornada criativa.
    Gosto e me realizo no que faço e sempre estarei atenta no meu entorno para novas descobertas. É assim a arte na minha vida. Obrigada pelo seu texto e pela sua presença em nossa exposição.
    Beijos e vamos marcar para nossas conversas artísticas!

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