Antoni Gaudí (1852-1926) foi um famoso arquiteto catalão e figura de ponta do modernismo mundial. Grande parte da obra de Gaudí absorveu traços de suas grandes paixões: arquitetura, natureza e religião. Ele dedicava atenção aos detalhes de cada uma das suas obras, incorporando nelas uma série de ofícios que dominava: cerâmica, vitral, ferro forjado e marcenaria. Entre as novas técnicas que introduziu no tratamento de materiais, destaca-se o trencadís, uma espécie de mosaico realizado com pedaços irregulares de cerâmica.
As obras de Gaudí são inconfundíveis e estão em sua maioria na cidade de Barcelona. Entre as suas obras mais notáveis, destaca-se o O Parque Güell.
O Parque Güell, com uma extensão de 17,18 ha, é um grande parque urbano situado na cidade de Barcelona, na vertente virada para o Mar Mediterrâneo do Monte Carmelo. É o monumento mais visitado de Barcelona. Originalmente destinado a ser uma urbanização, foi concebido por Antoni Gaudí, expoente máximo do modernismo catalão, por encomenda do empresário Eusebi Güell.
O parque deve o seu nome a Eusebi Güell, conde de Güell, um rico empresário catalão membro de uma influente família burguesa de Barcelona, que foi quem idealizou construir uma urbanização de luxo na encosta de um monte nas imediações da cidade de Barcelona, então conhecido como Montanha Pelada, atualmente denominada Monte Carmelo. Güell encomendou o projeto ao arquiteto catalão Antoni Gaudí, com quem mantinha uma frutuosa relação pessoal e profissional desde 1878, quando ficara impressionado com o seu talento ao ver desenhos arquiteturais realizados por este na Exposição Universal desse ano em Paris.
Uma das características mais marcantes do Parque Güell é o contraste entre as texturas e cores dos diferentes materiais de
construção (cerâmica brilhante e multicolorida versus pedra rústica castanha), tão apreciado pelos arquitetos do modernismo catalão.
Do vestíbulo da entrada principal parte uma escadaria monumental de duplo tramo com três lances de escadas e revestida com trencadís que conduz à sala hipostila (grande sala com colunas que sustentam o teto), construída entre 1900 e 1903. A escadaria está implantada entre muros, cujas paredes estão revestidas com pedaços de cerâmica multicolorida formando um espécie de padrão em xadrez com retângulos brancos e quadrados coloridos. Na sua zona central existem três fontes com conjuntos escultóricos igualmente revestidos com trencadís, em cujo simbolismo os estudiosos veem diversos tipos de referências devido à complexa iconografia aplicada por Gaudí.
No topo da escadaria situa-se a Sala Hipostila ou sala das cem colunas, uma espécie de grande alpendre originalmente destinado a albergar um mercado ao ar livre para a urbanização, construída entre 1906 e 1913.
A sala contém 86 colunas dóricas com cerca de 6 m de altura, construídas com entulho e argamassa imitando mármore e revestidas com trencadís branco liso até uma altura de 1,8 m, uma adaptação prática tendo em conta o uso previsto para o espaço mas que está deslocada neste tipo de coluna.
Numa colina isolada num ponto alto do monte Gaudí previu inicialmente instalar uma grande cruz de pedra e ferro forjado, tendo mais tarde mudado de ideias e decidido construir nesse local a capela da urbanização. No entanto, com o fracasso do projeto esta tornou-se desnecessária, pelo que Gaudí optou por construir nesse local um monumento em forma de Calvário, também conhecido como a Colina das Três Cruzes.
O fato de Gaudí rejeitar o uso de retas e ângulos retos por considerá-los antinaturais levou a que todas as abóbadas
dos pórticos sejam curvas e que predominem as colunas inclinadas.
No entanto, apesar das semelhanças conceptuais, os viadutos têm soluções estruturais diferenciadas, inspiradas em diferentes estilos arquitetônicos: o gótico, o barroco e o românico, como o Viaduto das Jardineiras. Os pórticos e os muros de contenção também têm formas diferenciadas. Um deles, o Pórtico da Lavadeira, cujas paredes e teto têm o formato do interior de uma interminável onda em rebentação suportada por uma fileira de colunas interiores inclinadas, cujos ângulos foram cuidadosamente calculados de forma a corresponder à forma teórica de maior estabilidade.
Antoni Gaudí. Um arquiteto. Eusebi Güell. Um empresário. Uma cidade. Barcelona. Três referências. Três reverências.
Fonte de pesquisa, clique aqui.
Autor: Catherine Beltrão
Comments(3)
Eduardo Vieira says:
30 de março de 2017 at 11:49Ás vezes eu nao sei dizer se Gaudi era um genio ou um extraterrestre, pois sua obra é incomparável. aos que tem curiosidade em ver algo interessante em relação ao trabalho com mosaicos e ceramicas, vale a pena revisitar a Casa de Artes de Paquetá, nitidamente inspirada no Parque Güell. Olha só:
https://www.google.com.br/search?q=casa+de+artes+paquet%C3%A1&safe=off&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjF5Ie_k_7SAhXEFpAKHejTBRsQ_AUIBygC&biw=1920&bih=974
Catherine Beltrão says:
21 de abril de 2017 at 21:16Bela lembrança, Eduardo! Quem já esteve lá, nunca esquece…
Bruno Medrado says:
3 de abril de 2017 at 18:15Prezada Catherine,
Trabalho no Itaú Cultural e estou tentando entrar em contato contigo. Enviei solicitação no Facebook, mas pode entrar em contato por email também, é até preferivel.
Aguardo, obrigado!