Devo ter sido abençoada pois Giverny e Inhotim fazem parte de minhas lembranças. Lembranças ainda frescas pois só fui conhecer estes jardins há poucos anos: Inhotim em 2013 e Giverny em 2014.
Em 1883, Claude Monet (1840-1926) descobriu Giverny, pequena cidade da Normandia, na França: passeando pela região, se apaixonou. Alugou uma vila e transformou todo o local em um maravilhoso jardim, onde se inspirava diariamente. Muitos dos seus quadros foram pintados neste cenário de sonhos. Sonhou suas flores e pintou seu jardim. Em 1890, Monet comprou esta vila e viveu ali até a sua morte, em 1926. Foram 43 anos de amor e comunhão entre o artista e seu jardim…
Conheci o Jardim de Monet, após 40 anos de espera, por ocasião de minha última viagem à França, em 2014, quando fui fazer a dispersão das cinzas de minha mãe, que havia falecido dois meses antes. Na época, publiquei este post: “As Flores de Giverny“.
Inhotim é a Disneylândia dos amantes da arte contemporânea e dos imensos jardins de plantas tropicais. É considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina e está localizada em Brumadinho, pequena cidade a 60 km de Belo Horizonte.

Árvore suspensa de Giuseppe Penone. Escultura em bronze suspensa entre árvores de verdade, que se fundem com a escultura.
Os jardins de Inhotim também foram sonhados. O Instituto Inhotim começou a ser idealizado pelo empresário mineiro Bernardo de Mello Paz a partir de meados da década de 1980. A propriedade privada se transformou com o tempo, tornando-se um lugar singular, com um dos mais relevantes acervos de arte contemporânea do mundo e uma coleção botânica que reúne espécies raras e de todos os continentes.
O Instituto Inhotim abriga um complexo museológico com uma série de pavilhões e galerias com obras de arte e esculturas expostas ao ar livre. Inhotim é a única instituição brasileira que exibe continuamente um acervo de excelência internacional de arte contemporânea.
Para além da contemplação, os jardins são campo para estudos florísticos e catalogação de novas espécies botânicas. Em 2010, o Instituto Inhotim recebeu a chancela de Jardim Botânico, atribuída pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB), e, desde então, integra a Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RNJB). (Fonte: http://www.inhotim.org.br)

“Inmensa”, de Cildo Meireles. Escultura em aço, 400 x 810 x 445 cm, 1982 – 2002. Foto: Tibério França
Também esperei anos para conhecer Inhotim. E, após a visita, também escrevi um post, o terceiro deste blog: “Primeiro contato com Inhotim“.
E assim, embora tardiamente, alguns sonhos meus vão se realizando e se misturam aos sonhos dos idealizadores destes dois magníficos jardins: Claude Monet e Bernardo Paz.
Autor: Catherine Beltrão
Comments(3)
Taissa says:
10 de abril de 2016 at 02:01Lindo post, lindas fotos, lindos sonhos! É possível sentir esses sonhos quando se visita Giverny e creio que essa sensação deve acontecer em Inhotim também. São lugares mágicos que dão vontade de ficar dias contemplando! Que continuemos a sonhar e a contemplar sonhos!
Catherine Beltrão says:
13 de abril de 2016 at 01:57Sonhos e jardins podem, sim, se fundir em nossos pensamentos. Giverny e Inhotim são prova disso. E como foi feérico conhecer os Jardins de Monet com você e Maria Clara…
Eustaquio Vieira Garcia says:
22 de junho de 2018 at 00:36Amo INHOTIM, cada vez que vou me identifico mais com o Museu e Jardim Botânico. Fabuloso.