Não se sabe ao certo quando começaram os Jogos Olímpicos. Mas, com toda certeza, foram os gregos da Antiguidade que deram ênfase às práticas do esporte e ao culto da exuberância e perfeição física, sendo eles os primeiros que edificaram um local específico para competirem entre si: a cidade de Olímpia. Registra-se o primeiro dos jogos em 776 a.C., que passou a ser o marco inicial do calendário grego. Os Jogos Olímpicos da Antiguidade foram realizados até o século V d.C.
As pistas literárias e arqueológicas encontradas indicam que os jogos derivaram dos jogos fúnebres que os guerreiros gregos organizavam entre si em homenagem a um heroico companheiro morto em combate.
Um dos melhores relatos desses jogos fúnebres existentes na literatura grega foi deixado por Homero (Ilíada, Canto XXIII). Aquelas páginas registram todos os jogos que se travavam naquela época: a corrida de bigas, a luta de murros, a luta-livre, a corrida de velocidade, o choque do gládio, o lançamento de peso, de dardo e o arco e flecha. Com o passar do tempo outras variações foram acrescentadas: corrida à longa distância, competições com carros puxados por potros, éguas, cavalos ou mulas, mas, basicamente, as modalidades eram sempre as mesmas. A vitória olímpica valia muito mais que a vitória de uma guerra. A época dos Jogos Olímpicos era considerada sagrada, jurando todos os combatentes obedecerem a uma trégua. Era o momento em que as armas descansavam, mas as pernas, os corpos, as mãos e os músculos, se mexiam.
Introduzido durante a 33° Olimpíada em 648 a. C., pancrácio era uma espécie de vale-tudo da antiguidade, tendo a reputação de ser a modalidade mais violenta de luta. O nome vem da palavra grega pankratòs, que significa “com toda a força”. O pancrácio era uma mistura de luta com boxe (pugilismo), enquanto que na luta um oponente para vencer precisava derrubar o seu adversário, no pancrácio o combate se encerrava somente quando um dos competidores se rendia levantando o indicador para o alto. Não havia limite de tempo: Callia de Atenas, em 472 a.C., foi declarado vencedor depois de um combate que durou um dia inteiro e concluído somente no final da noite. O estrangulamento era permitido. Eram proibidos somente arranhões e mordidas, apesar dos espartanos admitirem tais “golpes”.
Possivelmente a estátua de desportista em movimento mais famosa do mundo, o Discóbolo é de autoria do escultor grego Míron, em torno de 455 a.C., e representa um atleta momentos antes de lançar um disco. Com o passar do tempo, muitas cópias foram realizadas desta escultura . A influência do Discóbolo sobre a cultura, em especial do ocidente, ainda é grande nos dias de hoje. É uma das imagens mais publicadas na literatura sobre esportes, educação física e fisiculturismo, um dos mais conhecidos ícones da atual cultura do corpo. Fisiculturistas ainda regularmente incluem a pose do Discóbolo em suas exibições, também um ícone popular na tradição da fotografia do corpo masculino.
O advento das Olimpíadas modernas teve como palco, em 1896, também na Grécia, a partir da ação de Charles Freddy Pierre, mais conhecido como Barão de Coubertin. A partir de então, exceto nos anos em que o mundo esteve envolvido nas Guerras Mundiais, a cada 4 anos a chama olímpica é acesa em um novo país e atletas de diferentes nacionalidades e modalidades se envolvem numa intensa disputa pelo pódio e medalhas oferecidas aos vencedores.
Os Jogos Olímpicos de 2016 estão sendo realizados na cidade do Rio de Janeiro, com cerca de 10.000 atletas participantes, em dezenas de diferentes modalidades esportivas com centenas de eventos. Os finalistas do primeiro, segundo e terceiro lugar de cada evento recebem medalhas olímpicas de ouro, prata e bronze, respectivamente.
E que venham as medalhas, Brasil!
Autor: Catherine Beltrão