O número Pi na Arte

Pois é, mais Matemática na Arte! O que eu posso fazer? Elas teimam em se juntar o tempo todo…

Primeiro, um pouquinho do número  π.

Pi_arquimedes

Arquimedes

O primeiro indivíduo a calcular o número π com duas casas decimais foi o grego Arquimedes (287 a.C. – 212 a. C.) – aquele mesmo do Eureka! -, um dos maiores matemáticos de todos os tempos. Arquimedes arrumou uma maneira bem curiosa de calcular esse número, utilizando um método conhecido como exaustão. Temos uma circunferência e dentro dela temos um quadrado e fora dela temos outro quadrado. Duas considerações foram feitas aqui por Arquimedes:

Pi_definicao

Construção do número Pi

1) O comprimento da circunferência é maior do que o perímetro (soma dos lados) do quadrado de dentro, e menor do que o perímetro do quadrado de fora;

2) Conforme aumentarmos o número de lados dos polígonos de dentro e de fora, teremos uma melhor aproximação para o comprimento da circunferência.

Utilizando um polígono de 96 lados e uma circunferência de raio 1, foi que Arquimedes descobriu que o comprimento desta  circunferência era aproximado por 6,28. Arquimedes então resolveu chamar de  π a metade deste número, ou seja, o número PI ficou conhecido como 3,14. Porém este número é apenas uma aproximação, se aumentarmos o número de lados do polígono, aumentamos também o número de casas decimais de  π.

Mas e a Arte, onde fica a Arte com o número  π?

O artista Martin Krzywinski, especializado em ciência, transformou a aleatoriedade infinita do número π, e de outras constantes matemáticas, em um trabalho artístico de incrível beleza visual. Krzywinski, baseando-se nas imagens criadas por seu parceiro, o romeno Ilies Cristian Vasile (que se autointitula um “artista por acidente” em sua página na internet), compilou uma série de atraentes diagramas circulares que representam as relações entre os dígitos de  π e de outros números constante presentes na matemática, como Phi (também conhecida como a “proporção áurea”) e o número “e“, o número de Euler (que é a base do logaritmo natural).

Pi_krzywinski

Progressão e transição para os primeiros 1000 dígitos de π . Criado a partir do programa Circos.

Na imagem original, criada por Vasile, o artista utilizou um diagrama de Circos – um formato desenvolvido pelo próprio Krzywinski para a visualização de informações do campo da genética. Em sua versão, Krzywinski usou as cores disponíveis na paleta de Brewer, que são projetadas para uma máxima legibilidade.

Para entender como os artistas chegaram até essas belas representações, é só imaginar que eles dividiram cada círculo em 10 segmentos, que representam os números de zero a nove, e a sequência dos dígitos do número  π foram ligadas uma às outras por uma linha. Desta forma, o desenho se inicia na região do 3, uma linha é traçada até o 1, depois segue para o 4, volta para o 1, e assim por diante.

E que tal o número π ao estilo Mondrian?

Pi_diaestiloMondrian1

3628 dígitos de π com as cores primárias da Bauhaus, ao estilo Mondrian.

 

Pi_dia

Arte para o dia do π em 2015, criado por Krzywinski, ao estilo Mondrian

E, a exemplo do que fez em 2013 e 2014, Krzywinski resolveu celebrar o dia do  π – 14 de março de 2015 ou 3.1415… – fazendo esta arte ao estilo Mondrian.

Para quem quiser saber mais sobre o trabalho deste artista ligado à ciência, clique aqui.

 

Autor: Catherine Beltrão
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Comments(2)

  1. Responder
    Eduardo Vieira says:

    Sensacional, Catherine!
    Ainda criança, tive a felicidade de ter o primeiro contato com essa proximidade entre arte e matematica atraves do desenho ´Donald no país da matemagica´, de Walt Disney. Desde então, é sempre fascinante observar essa aproximação e as correlações existentes, como a exposta em seu generoso artigo!
    Para quem quiser conhecer a animação acima citada, peço licença para postar o link:
    https://youtu.be/TphWfs_OXkU

  2. Responder
    Catherine Beltrão says:

    Que contribuição fantástica ao post, Eduardo! Gosto muito de escrever estes posts que juntam Ciência e Arte, pois são frutos de alguma pesquisa e de experiência própria, o que faz aumentar o meu conhecimento “tácito”, aquele que é de minha propriedade e não pode ser roubado, somente oferecido… Valeu!

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