O pão nosso de cada dia…

Além do Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro é o Dia Mundial do Pão.  E já dizia Antoine de Saint-Exupéry: “Nada melhor do que um pão compartilhado.” Neste post, iremos compartilhar o pão com Cézanne, Renoir, Picasso, Dali, Milton e Chico.

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“Pão e ovos”, de Paul Cézanne (1839-1906). Ost.

Para contextualizar, um pouco da história do pão. A palavra pão origina-se do latim ‘pane’. Segundo os historiadores, o pão teria surgido juntamente com o cultivo do trigo, na região da Mesopotâmia, onde atualmente está situado o Iraque. Supõe-se que a princípio o trigo fosse apenas mastigado.

Acredita-se que os primeiros pães fossem feitos de farinha misturada ao fruto do carvalho (chamado bolota, lande ou noz). Seriam alimentos achatados, duros, secos e que também não poderiam ser comidos logo depois de prontos por serem bastante amargos. Assim, talvez fosse necessário lavá-los em água fervente por diversas vezes antes de se fazer as broas que eram expostas ao sol para secar. Tais broas eram assadas da mesma forma que os bolos, sobre pedras quentes ou embaixo de cinzas, há 6000 anos.

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“Taça de Vinho”, de Auguste Renoir (1841-1919). Ost,1908.

Com o passar dos séculos, o pão foi se tornando cada vez mais um verdadeiro sucesso. Por volta do século III a. C, os gregos começaram a desenvolver receitas de pão com sementes e variados ingredientes. Porém, a cultura era diferenciada; afinal, a história do pão nos diz que os gregos ofereciam pão aos deuses e aos mortos.

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“Pão e ‘dish’ com frutos à mesa”, de Pablo Picasso (1881-1973). Ost,1909.

Com a tomada da Grécia pelos romanos, o pão foi se espalhando pela Itália e ganhando a Europa. No Brasil, a história do pão é um pouco mais curta. Ele foi trazido para terras brasileiras durante o século XIX no navio de dona Maria I e Dom João VI. E a história do pão é ainda mais interessante do que imaginamos, pois a necessidade de consumir pão era tamanha, que os reis levavam consigo a farinha, a receita e os padeiros. Com mais gordura e açúcar, o pão ficou conhecido como pão francês.

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“Cesta de pão”, de Salvador Dali (1904-1989).

Uma curiosidade: alguém sabe por que o corte de pestana no pão francês? Porque na Europa, tinha-se o costume de fazer uma cruz na massa do pão e rezar para ele crescer ainda mais. Simples assim…

Pao_ciodaterraO pão se faz. O pão se come. O pão se eterniza. Das formas e cores das obras de pintores, uma canção também eternizou nosso pão de cada dia: trata-se do “Cio da Terra“, de Milton Nascimento e Chico Buarque. Video aqui (duração: 4:12).

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Debulhar o trigo
Recolher cada bago de trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão.”
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 Autor: Catherine Beltrão

 

 

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