19 de novembro, dia da Bandeira Nacional. Mas neste ano, o Rio Doce cobriu de lama a nossa bandeira. E, em consequência, o Brasil.
Andei pesquisando bastante na Internet e não achei quase nada sobre obras representando a bandeira brasileira, salvo inúmeras versões estilizadas e modernosas. Resolvi apresentar somente duas, mais significativas. Primeiro, uma obra de Eduardo Sá, que representou José Bonifácio idealizando a bandeira do Império Brasileiro, tendo como inspiradores os elementos formadores da nacionalidade brasileira (o negro, o índio e o português) e Dom Pedro I. Parece que o quadro era conservado na antiga Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara. Quem desenhou esta bandeira, criada em 18 de setembro de 1822, por Decreto, foi Jean-Baptiste Debret. Ela vigorou até 1889, quando foi proclamada a República.
Em 1905, Pedro Bruno ( 1888 – 1949) pintou “A Pátria“, que retrata a confecção da primeira Bandeira Republicana do Brasil. A cena se passa no interior de uma residência no final do Século XIX , sendo os personagens possivelmente da família de Benjamim Constant. Não existe a presença de negros ou resquícios da escravidão recém abolida (1888). A bandeira Republicana Brasileira foi criação de Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927), oficializada em 19 de novembro de 1889. Em verdade foi uma adaptação da Bandeira do Império, aproveitando o verde-amarelo.
Neste ano de bandeira e pátria enlameadas, prefiro ficar com o belíssimo e antológico poema “Pátria Minha“, de Vinicius de Moraes:
… A minha pátria é o grande rio secular
que bebe nuvem, come terra e urina mar. …
Autor: Catherine Beltrão