Suzanne Jongmans nasceu em 1978, na cidade de Breda, na Holanda. É holandesa, como o foram artistas como Rembrandt, Jan van Eick e Johannes Vermeer.
Suzanne é uma artista interdisciplinar. Ela é escultora, costureira, figurinista e fotógrafa. Formou-se em Desenho Têxtil e Fotografia e, desde cedo, ela era intrigada pelos pequenos detalhes. E são eles, exatamente, que tornam sua obra tão cativante.
Suzanne recriou, em fotografias, as pinturas de grandes mestres holandeses, além de outros mestres do renascimento como o alemão Holbein e o belga Rogier van der Weyden.
Para fazer cada fotografia, ela cria o figurino da personagem utilizando materiais inusitados como embalagens, plástico, isopor e cobertores reciclados.
É incrível o resultado. Só é possível perceber o uso do material quando se olha realmente de perto, com um olhar mais analítico.
Ela explica:
“Quando você presta atenção nos quadros dos grandes mestres, percebe o quão trabalhosos eles eram”, diz a artista. “E é exatamente este mesmo método que empreguei, que demanda tempo”.
As fotografias de Suzanne Jongmans dão vida nova a resíduos descartados. Segundo ela, sua intenção é que esses materiais “contem uma história”. A série de imagens é chamada de “Mind over Matter” (“Mente sobre matéria“).
“A ideia de criar algo do nada muda nosso olhar sobre a realidade”, afirma. “Um pedaço de plástico com texto impresso, usado para embalar uma máquina de café ou uma televisão, pode parecer um pedaço de seda. E a tampa de uma lata de molho de tomate pode parecer um anel”.
E foi o que fez a fotógrafa em de seus trabalhos, colocando uma tampa de uma lata de tomate no dedo de uma de suas personagens, em contraponto ao anel usado pela personagem de “Retrato de uma Dama”, de Rogier van der Weyden, de 1460. “As duas jovens separadas por cerca de meio milênio, posam de maneira semelhante com os dedos entrelaçados e rostos com expressões modestas e olhos castigados. Eles também compartilham os enfeites de cabeça em forma de cone plissados e visivelmente presos. A diferença está nas marcas vermelhas e pretas do retrato contemporâneo estampadas na espuma, instruções sobre reciclagem e avisos”, ela explica.
O que surpreende na obra de Suzanne Jongmans é que, apesar de o material ser reciclado, as roupas são muito delicadas. Ela transforma plástico em tecido, rendas e drapeados. Lenços de cabeça parecem feitos de seda e o plástico bolha vira uma linda gola e mangas de um vestido. E bolinhas de isopor flutuam no ar como um véu…
Quando a arte é nossa estrela guia, transformamos um descarte em parte de uma noite estrelada… lembrando de outro mestre holandês, Vincent van Gogh!
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