The dark side of the rainbow

Quem nunca ouvir falar no efeito “The dark side of the rainbow” (“O lado sombrio do arco-íris“)?

Trata-se do efeito criado ao tocar o álbum conceitual do Pink Floyd “The Dark Side of the Moon” simultaneamente com o filme “O Mágico de Oz“.

Apesar de famoso, a origem do efeito é misteriosa, bem como as ocorrências que levaram à sua descoberta. Em 1994, fãs do Pink Floyd discutiram o fenômeno em um grupo de discussão da Usenet. Naquele ponto, já não mais se sabia de quem foi a ideia de combinar as duas obras.

Que tal alguns dados do filme e do álbum?

Em 1939, foi lançado o filme “The Wizard of the Oz“, sendo hoje considerado um dos melhores musicais de todos os tempos. Com direção de Victor Fleming, Judy Garland protagonizou o filme como Dorothy, a menina dos sapatinhos vermelhos. Dorothy, após entrar em um furacão, viaja para a Terra de Oz e tenta achar o caminho de volta para sua casa. Neste caminho conhece um espantalho que quer ter um cérebro, um homem de lata que anseia por um coração e um leão covarde que quer ter coragem. Todos acham que vão conseguir o que querem, caso encontrem o mágico de Oz.

A trilha sonora do filme também é bastante conhecida graças a sua música “Over The Rainbow” que foi considerada uma das melhores músicas presentes em filmes. O filme e a música são considerados um marco cinematográfico da era de ouro de Hollywood.

The Dark Side of the Moon” é o oitavo álbum de estúdio da banda britânica de rock progressivo Pink Floyd, lançado em 1973. O disco marca uma nova fase no som da banda, com letras mais pessoais e instrumentais menores, contendo alguns dos mais complicados usos dos instrumentos e efeitos sonoros existentes na época, incluindo o som de alguém correndo à volta de um microfone e a gravação de múltiplos relógios a tocar ao mesmo tempo.

O álbum vendeu mais de quinze milhões de cópias nos EUA e aparece na lista dos álbuns mais vendidos da história no país, também no Reino Unido e na França, com um total de cinquenta milhões de cópias comercializadas mundialmente até hoje. A obra também recebeu aprovação total dos fãs e aclamação da crítica especializada, sendo considerado até hoje um dos mais importantes álbuns de rock de todos os tempos.

Quando o álbum é tocado simultaneamente com o filme, ocorrem algumas correspondências. Alguns momentos que indicam isso são:

– Quando Dorothy cai de cima do cercado em que está se equilibrando, inicia-se a música “On the run” indicando o momento de suspense. Na sequência a avó de Dorothy aparece conversando, e neste momento é possível ouvir uma voz feminina de fundo na mesma música;
– Quando Dorothy está na fazenda e ela olha para o alto, no áudio surge barulho de avião;
– Quando a bruxa está chegando de bicicleta para raptar o cachorro de Dororthy, começam a tocar os sinos da música “Time“, análogo aos toques de campainhas de bicicletas;
– Em seguida a bruxa estaciona a bicicleta no cercado da casa de Dorothy e, enquanto está parada do no portão, o avô de Dorothy bate com o portão por trás da bruxa. Quando o álbum e o filme estão exatamente sincronizados, nesta batida do portão é tocada a primeira nota da música “Time“;
– Quando é cantada a frase “Home, home again” do reprise de “Breathe“, o cachorro de Dorothy entra pela janela do seu quarto, após fugir da bruxa;
– A música “The great gig in the sky” é tocada no momento de suspense do filme, onde um tornado aproxima-se à casa. É possível perceber os três tempos da música em sincronia com as cenas de suspense, as cenas de sonho/desmaio e com as cenas de calmaria;
– O som da caixa registradora no princípio de “Money” (dinheiro) aparece exatamente quando Dorothy pisa pela primeira vez a estrada dos tijolos amarelos; que é também o momento em que o filme passa de preto e branco para cores. Outra referência é a aparição da fada dourada;
– No momento em que a bruxa do Oeste aparece, é tocada a palavra “black” (preto);
– A cena em que Dorothy encontra o espantalho (personagem que alegava não ter cérebro) é acompanhada pela música “Brain Damage” (dano cerebral), e quando a letra da música começa a tocar: “the lunatic is in my head…” (o lunático está na minha cabeça), o espantalho começa a dançar freneticamente como um lunático;
– O bater de coração no fim do álbum ocorre quando Dorothy tenta ouvir o coração do homem de lata;
– No momento em que a bruxa do oeste lança uma bola de fogo contra Dorothy e seus companheiros, a música grita “run!” (corra);
– No momento que Dorothy encontra Oz, entra a música “Us and Them“, soando Us como Oz bem quando aparece a 1a imagem de Oz;
– Várias frases das letras contidas nas músicas coincidem com os mesmos atos sendo executados pelos atores no mesmo momento;
– A duração da maioria das músicas coincide precisamente com a duração das cenas no filme.

A banda insiste que isso são puras coincidências. E agora?

Autor: Catherine Beltrão

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