Weiwei e as raízes da liberdade

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Ai Weiwei

Ai Weiwei nasceu em 1957. É um artista chinês, designer arquitetônico, artista plástico, pintor, comentarista e ativista social.

Na Arquitetura, ele Ai Weiwei foi o assessor artístico na construção do Ninho de Pássaro – Estádio Nacional de Pequim – onde foram celebrados os Jogos Olímpicos de Pequim de 2008.

Como artista plástico, e considerando a América Latina, Weiwei realizou algumas exposições artísticas marcantes, com foco nos refugiados internacionais da atualidade e sua origem chinesa, em três países: Argentina, Chile e Brasil.  No Brasil, montou sua exposição de maior acervo, até agora: “Raiz: Ai Weiwei“, que passou por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Como consequência de ser ativista político e extremamente crítico em relação à postura do Governo Chinês sobre a democracia e os
direitos humanos, Weiwei já teve estúdios demolidos, foi preso e espancado pela polícia e em 2010, foi colocado em prisão
domiciliar sob suposta investigação de crimes econômicos.

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“Forever Bicycles” (“Bicicletas Forever”), de Ai Weiwei

Ai Weiwei é conhecido por realizar grandes instalações. Um exemplo é a instalação “Forever Bicycles” (“Bicicletas Forever“).
Composta por mais de mil bicicletas de aço inoxidável, a obra monumental representa para o artista, que passou a infância em
exílio com sua família durante a Revolução Cultural Chinesa, a ideia de liberdade.

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“Martin” e “Level” (“Nível”), da série “Seven Roots” (“Sete Raízes”), de Ai Weiwei

Martin” e “Level” (“Nível“) fazem parte da série “Seven Roots” (“Sete Raízes“), criadas a partir de raízes encontradas desenterradas na região de Trancoso/BA.

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“FODA”, de Ai Weiwei

FODA” é uma obra criada por Ai Weiwei especialmente para suas exposições no Brasil.
 É composta por peças de porcelana produzidas a partir de moldes de frutas brasileiras, em colaboração com um ateliê de cerâmica local. Esse projeto nasceu de uma conversa de Ai Weiwei com
o curador Marcello Dantas.
 Ai perguntou a Dantas o que lhe vinha à mente quando pensava no Brasil, e a resposta foi: frutas. Em seguida, Weiwei perguntou o termo em português que correspondia à palavra inglesa “fuck”: “foda”. A partir daí, o artista buscou uma fruta para cada uma
das letras dessa palavra: “f” de “fruta do conde”; “a” de “abacaxi”, que ele adora; “d” de “dendê”, pois estavam na Bahia; e “o” de “ostra”, um fruto do mar.

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“Sementes de girassol”, de Ai Weiwei

Sunflower Seeds” (“Sementes de Girassol“) é um trabalho impressionante que teve milhões de sementes de girassol feitas de
porcelana e pintadas à mão por 1600 artesãs chinesas – em sua maioria mulheres.

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“Lei da Jornada (Protótipo B)”, de Ai Weiwei

Par realizar a instalação gigante “Lei da Jornada (Protótipo B)”, que representa um barco usado para fuga de refugiados, ele visitou 40 campos de refugiados em 23 países como Líbano, Grécia, Quênia, Bangladesh, além da fronteira entre o México e os Estados Unidos.

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“Duas Figuras”, de Ai Weiwei

Duas Figuras“, obra criada em 2018, mostra uma mulher nua, deitada sobre um colchão ao lado do corpo do artista também nu. Ormosias Arbóreas – sementes brasileiras vermelhas em profusão – contornam a cabeça do artista. Weiwei e a modelo não se conheceram, mas a instalação revela o cheiro de fantasia e turismo sexual baratos. Pode-se imaginar sonhos eróticos que orbitam o imaginário dos estrangeiros que vêm ao Brasil, de forma vulgar. Por ironia, a legenda da obra exposta é: “ a ostensiva sexualidade na cultura brasileira”.

Ai Weiwei é hoje considerado um dos principais nomes da cena contemporânea internacional.

Autor: Catherine Beltrão

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