Arte e Tecnologia: a expansão do mapa das emoções

Sempre me interessei pela interseção e pela união da Arte com a Tecnologia. Foi assim que nasceu o projeto ArtenaRede, há doze anos atrás: um site/sistema que cataloga imagens e dados de obras de arte via Internet e assim, além de fazer registros da produção de artistas pelo mundo afora, também oferece serviços a partir destas imagens: cartão virtual, jogos de quebra-cabeças, calendários.

Mas este post não é sobre o ArtenaRede. De uns tempos para cá, tenho sido apresentada a manifestações artísticas emocionantes que, a meu ver, expandem o conceito da Arte. A emoção não fica mais só à flor da pele. Ela penetra em nossas entranhas e nos deixa, por alguns momentos, perplexos e ofegantes. Uma destas manifestações é a junção da luz com a dança.

Luz1

“Pleiades”, com o grupo Enra

Enra é uma empresa japonesa que combina dança, tecnologia, luz e uma coreografia fantástica. O vídeo acima mostra a dança Pleiades”, inspirada no aglomerado estrelar que leva o mesmo nome. Os leves passos traçados pelas bailarinas lembram as estrelas e seus movimentos. Esta é a ficha técnica da coreografia “Pleiades“:

Performance e Coreografia: Saya Watatani, Maki Yokoyama  Diretor: Nobuyuki Hanabusa  Animador: Seiya Ishii, Nobuyuki Hanabusa  Música: Nobuyuki Hanabusa .

Uma outra manifestação artística que, embora milenar, continua se expandindo com a evolução da tecnologia é o Teatro de Sombras. O teatro de sombras tem origem chinesa, no século II. Tecnicamente, para manipular sombras é necessário uma fonte de luz, uma tela ou superfície para projeção e um objeto entre a luz e a tela, que será o elemento que produzirá formas, silhuetas, texturas, imagens.

Sombra1

Grupo Attraction

Attraction é um grupo de teatro de sombras de Budapeste, Hungria.
Eles chegaram à fama em performance na Cerimônia de Juramento Olímpico Húngara para as Olimpíadas de Londres 2012 onde interpretaram muitos dos tradicionais esportes envolvidos nas cinco argolas do logo dos jogos olímpicos. Menos de um ano depois eles venceram a sétima edição do Britain’s Got Talent em 8 de Junho de 2013, batendo o favorito para esta edição, Jack Carroll. A música do vídeo é “Read All About it!”, cantada por Emeli Sandé.

Ou seja, a Tecnologia está a serviço da Arte. E o artista como elemento regente de tudo.

 Autor: Catherine Beltrão

Comments(3)

  1. Responder
    Eduardo Vieira says:

    As relações, a proximidade, as fronteiras entre arte e tecnologia são discussões recorrentes e instigantes em um campo que, sendo interdisciplinar, estabelece um rico diálogo com estas questões: o design.

    Uma arte integrada a vida, rompendo com a separação de coisas belas para admirar (por exemplo: uma pintura) e coisas feias (por exemplo: um eletrodoméstico) para utilizar. Não é a arte destinada a contemplação pura, a fruição estética e sim a arte para o cotidiano, para o uso nos atos da vida, onde produtos são desenvolvidos a partir de técnicas e tecnologias com finalidades específicas e que geram prazer / satisfação na utilização.

    Partindo deste princípio, será que poderíamos imaginar o designer como um artista do nosso tempo, pois deve enfrentar e resolver as necessidades e exigências da sociedade, melhorando as condições da vida humana e favorecendo a relação com o mundo da estética?
    😉

    • Responder
      Catherine Beltrão says:

      Não sei… não vejo o artista com a função de “resolver as necessidades e exigências da sociedade”. Ele está mais para deixar a realidade mais branda. Como dizia Nietzsche: “A arte existe para que a realidade não nos destrua“. Imagino que existe uma interseção, sim, entre o design e o artista, em algum momento. Talvez no momento de prazer sentido, como você insinua neste seu texto…

  2. Responder
    Mário Marinato says:

    Sensacionais os dois vídeos, Catherine. O primeiro eu já tinha visto e achei sensacional. O segundo eu já conhecia o grupo mas este especificamente eu nunca tinh visto. O interessante dele é que tem uma história, ao contrário do outro que eu tinha visto. Muito bacana mesmo. Valeu por compartilhar.

    E como sempre deixo uma contribuição, lá vai a desta vez: um gigantesco muro é construído durante o show The Wall, the Roger Waters. Neste muro vão sendo projetadas várias imagens (algumas de forma impressionantemente precisas, ajustando-se ao tamanho dos tijolos reais). Eis que chega um momento em que Roger protagoniza um dos momentos mais geniais que já vi em um show de rock, de sincronismo ímpar, um prazer incomparável de ver ao vivo: http://youtu.be/hUYzQaCCt2o?t=6m20s

    O vídeo abre segundos antes do momento que falo, e logo em seguida a imagem abre, mostrando todo o mudo, e aí dá pra ter noção da dimensão da coisa toda.

    Dura um breve instante na nossa frente, mas ficou pra sempre na minha memória.

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