Até onde o papel cortado emociona?

Quem lembra daquelas tiras de papel recortado apresentando menininhas de mãos dadas? Todo mundo já deve ter feito algum dia uma dessas tirinhas, não? O post de hoje também é sobre corte de papel. Mas corte a laser de papel. E até onde cortar papel pode emocionar como obra de arte.

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“Ipswish”, de Eric Standley

Eric Standley é conhecido por suas obras de arte de papel cortado a laser notavelmente detalhadas que são criadas na interseção da tecnologia, mitologia e geometria.

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“Argos”, de Eric Standley

Nascido em 1968, Eric é Professor Associado do Estúdio de Arte na Virgina Tech. Possui obras em cerca de noventa museus e galerias espalhadas pelo mundo.

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“Octagon Drawings”, de Eric Standley

Eric constrói artefatos complexos de papel cortado usando software baseado em vetores e máquinas de corte a laser. Cada camada de papel é cortada e depois as camadas são montadas para a criação da obra. Este processo costuma ser lento, o que acarreta meses, às vezes anos, para a complementação de um trabalho. Suas composições incluem a remoção de resíduos de cada camada de papel e na pré visualização da superposição das camadas, abrangendo linha, cor e espaço. Ele não usa algoritmos para gerar elementos e sim desenha cada linha.

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Obra de Eric Standley

A tecnologia circunscreve limites, como fazem os artistas. Nós estendemos nosso corpo e nossa mente pelos avanços de nossa imaginação e criação.”

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“Daphne”, de Eric Standley. Detalhe.

Eu gosto do pensamento que a fé é uma ligação que unifica a humanidade. Dentro de cada necessidade de crença individual, existe um compartilhamento intrínseco. Talvez este compartilhamento possa ser expresso visualmente como arquétipos potenciais que transcendem nossas diferenças, e nos unificam por meio da familiaridade humana. Encontro padrões arquetípicos em culturas mitológicas, nos rituais de fé em muitas religiões, e na geometria de artefatos que escolhemos para serem sagradas. Eles são encontrados nas quatro forças da natureza. Eles são encontrados na teoria do DNA e na teoria dos fractais. Os sonhos utópicos do modernismo foram imprudentes ao excluir as complexidades da familiaridade humana. A maior força de ligação na humanidade é o reconhecimento unificado de nossa própria fragilidade.

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“Either/Or Delta Orionis”, de Eric Standley

A natureza está recheada de exemplos de fractais. O número de ouro (número phi) se repete a perder de vista ao nosso redor. Músicos e pintores se esmeraram em nos mostrar isso em suas obras. Johann Sebastian Bach, Leonardo da Vinci e Salvador Dali são alguns deles. E, na medida que a tecnologia avança, mais exemplos vão aparecendo. A obra de Eric Standley é mais um legado artístico nesta direção.

 Autor: Catherine Beltrão

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