Dia destes foi o Dia do Palhaço. Charles Chaplin, um dos maiores gênios artistas que já existiu, assim se definia: “Eu continuo sendo apenas um palhaço, o que já me coloca em nível bem mais alto do que o de qualquer político.”
Não foram poucos os artistas que pintaram palhaços, em suas diversas versões: pierrôs, arlequins, polichinelos… Entre as obras mais significativas deste tema, encontramos Antoine Watteau (1684-1721), Georges Seurat (1859-1891), Paul Cézanne (1839-1906), André Derain (1880-1954), Candido Portinari (1903-1962), Pablo Picasso (1881-1973) e Edith Blin (1891-1983).
Quando buscamos a origem da palavra Palhaço, sabemos que ela deriva do italiano paglia, que quer dizer palha, material que era antigamente usado no revestimento de colchões. Parece que o nome vem da roupa com que se vestia este personagem cômico, feita do mesmo pano e revestimento dos colchões: um tecido grosso e listrado, e afofado com palha nas partes mais salientes do corpo. O revestimento de palha com certeza protegia os palhaços das constantes quedas e estripulias.
O mais antigo palhaço conhecido foi um pigmeu que fingia ser o presidente da corte do Faraó Dadkeri-Assi da quinta dinastia egípcia. Ele era um tipo de bobo da corte da antiguidade. Isto foi há mais de 4500 anos atrás.
Segundo os historiadores, o palhaço é lírico, inocente, ingênuo, angelical e frágil. O palhaço não interpreta, ele simplesmente é. Ele não é uma personagem, ele é o próprio ator expondo seu ridículo, mostrando sua ingenuidade. Não é fácil ser palhaço. Na busca desse estado, o ator, portanto, não busca construir um personagem, mas sim encontrar essas energias próprias, buscando transforma-las em seu corpo. Para tanto, cada ator desenvolve esse estado pessoal, de palhaço, com características totalmente suas.
O pierrot ou pierrô é uma personagem tipo da Commedia dell’Arte, uma variação francesa do Pedrolino Italiano. O seu caráter é aquele de um palhaço triste, apaixonado pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o coração e o deixa pelo Arlequim. É normalmente representado a usar roupas largas e brancas, por vezes metade pretas, cara branca e uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade, e é visto como um bobo. Pierrot também é representado como sendo lunático, distante e inconsciente da realidade.
Contrapondo-se à figura do pierrô, existe a personagem do arlequim, também um tipo da Commedia dell’Arte. Arlequim é um espertalhão preguiçoso e insolente, que tenta convencer a todos da sua ingenuidade e estupidez. Debochado, adora pregar peças nos outros personagens e depois usa sua agilidade para escapar das confusões criadas.
Sua função, antigamente, se restringia a divertir o público durante os intervalos dos espetáculos. Sua importância foi gradativamente afirmando-se e o seu traje, feito de retalhos multicoloridos geralmente em forma de losango, contribuiu para destaca-lo em cena.
Este post começou com uma frase de Charles Chaplin. Para terminar, uma frase de Salvador Dali: “O palhaço não sou eu, mas sim esta sociedade monstruosamente cínica e tão ingenuamente inconsciente que joga o jogo da seriedade para melhor esconder a loucura.”
Autor: Catherine Beltrão