Paquetá. “A Moreninha“. Flamboyants. Pedaços de infância, talvez de adolescência. Paquetá não é somente uma ilha. É também uma ilha, cercada de lembranças por todos os lados.
Dez anos mais velha que a cidade do Rio de Janeiro, a Ilha de Paquetá guarda, até os dias atuais, a serenidade e a placidez de épocas passadas.
No decorrer de séculos e décadas, pintores deixaram registrados os seus testemunhos de tranquilidade e prazer. Foi o caso de Nicolau Antônio Facchinetti (1824-1900), João Batista Castagneto (1851-1900) e Benedito Calixto (1853-1927). Mas foi Pedro Bruno (1888-1949), nascido na própria ilha, o grande artista de Paquetá.
Embora tenha tido importante formação acadêmica, aprimorada com estudos na Itália, Pedro Bruno dizia que a Ilha de Paquetá o tinha feito pintor.
Em se tratando de um post sobre a Ilha de Paquetá, a música “Um fim de semana em Paquetá” , de João de Barro e Alberto Ribeiro, não poderia ficar de fora. Vários foram seus intérpretes, como Jorge Goulart e Wilson Simonal, mas o registro intimista de Caetano Veloso é insuperável.
Esquece por momentos teus cuidados
E passa teu domingo em Paquetá
Aonde vão casais de namorados
Buscar a paz que a natureza dá
O povo invade a barca e lentamente
A velha barca deixa o velho cais
Fim de semana que transforma a gente
Em bando alegre de colegiais
Em Paquetá se a lua cheia
Faz rendas de luz por sobre o mar
A alma da gente se incendeia
E há ternuras sobre a areia
E romances ao luar
E quando rompe a madrugada
Da mais feiticeira das manhãs
Agarradinhos descuidados
Inda dormem namorados
Sob um céu de flamboyants
E, como não podia deixar de ser, Georges Wambach (1901-1965), o pintor andarilho, também caminhou pelo chão de saibro da Ilha de Paquetá…
Autor: Catherine Beltrão
Comment(1)
Claudio Antonio Dourado says:
31 de julho de 2017 at 13:40Luar de Paquetá, seus recantos, seu silêncio, suas ruas de saibro, suas árvores, flamboyants, suas praias, Paquetá sempre será Paquetá, suas saudades e suas atualidades.