A Catedral de Notre-Dame de Rouen, por Claude Monet

É tempo de se falar de catedrais.

Catedral de Rouen

Catedral Notre-Dame de Rouen

Bastante similar à Catedral de Notre-Dame de Paris, a Catedral de Notre-Dame de Rouen é uma catedral católica, também em estilo gótico, situada em Rouen, na região da Normandia, no noroeste da França.

Claude Monet (1840-1926), o célebre pintor das ninfeias do Jardim de Giverny, onde morou em seus últimos quarenta anos de vida, também ficou conhecido pela série de mais de trinta obras sobre a Catedral de Rouen.

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Algumas das mais de 30 pinturas da Catedral de Rouen, pintadas por Claude Monet

As pinturas retratam o mesmo tema pintado em diferentes momentos do dia.

Monet disse: “Todos os dias eu capto e me surpreendo com alguma coisa que ainda não tinha sabido ver. Que difícil de fazer essa catedral! Quanto mais avanço, mais me fatiga restituir o que sinto; eu me digo que aquele que diz ter terminado uma tela é um terrível orgulhoso”.

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“La Cathédrale de Rouen – Le portail au soleil”, de Claude Monet

Para pintar os inúmeros quadros desta série, Monet submeteu-se a muitas sessões, indiferentemente da hora do dia e do tempo. Ele pintou sob o sol, sob a névoa, ao amanhecer, ao entardecer…

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“Cathédrale de Rouen – Harmonie bleue”, de Claude Monet

Ele trabalhou no tema em dois períodos distintos, em que houve um intervalo de cerca de um ano, entre 1890 e 1894. Monet montou seu atelier frente para a catedral. Antes de iniciar cada pintura, estudou a construção e os efeitos luminosos. Foram pintadas cerca de trinta telas (alguns dizem que são mais de cinquenta), onde Monet reproduz o jogo de luz e as inúmeras mudanças na atmosfera, em vários momentos do dia, através da fachada da catedral.

Artistas e críticos acolheram muito bem essa série de Claude Monet, pois tratava-se de um grande acontecimento. Como escreveu Georges Clemenceau, grande estadista e jornalista francês, tratava-se de “uma forma nova de olhar, de sentir, de expressar uma revolução”.

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“Cathédrale de Rouen – Matin”, de Claude Monet. 1893

Também artistas como Picasso, Braque ou Lichtenstein viram essa série de pinturas sobre a Catedral de Rouen como “de importância fundamental na história da arte”, pois “obrigaria gerações inteiras a mudar suas concepções”.

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“Cathédrale de Rouen – Harmonie brune”, de Claude Monet. 1894

Na tentativa de transferir para a tela as diferentes mudanças cromáticas, Monet desabafou dizendo que “tudo muda, inclusive a pedra”.

 Autor: Catherine Beltrão

Comments(2)

  1. Responder
    Miguel Penna Sattamini de Arruda says:

    Esse trabalho dele é magnífico, mas não sabia que eram mais de 30 quadros. Fabuloso. Já vi uns 4.
    Informações valiosas.

  2. Responder
    Catherine Beltrão says:

    É maravilhoso mesmo, Miguel! As ninfeias e a série da Catedral de Rouen são obras imortais!

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