O “bleu-blanc-rouge” da Liberdade

Após o atentado de 14 de julho em Nice, mais uma vez minha alma se colore de azul, branco e vermelho.  Terceiro atentado em um ano e meio, nesta França da “Liberté, Égalité, Fraternité“. E, por falar em liberdade, hoje é dia de lembrar a obra “La Liberté guidant le peuple” (“A Liberdade guiando o povo“), de Eugène Delacroix (1798-1863).

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“La Liberté guidant le peuple”, de Eugene Delacroix. 1830, ost, 260 X 325cm. Vídeo com análise da obra. Duração: 27:50

A obra foi pintada em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X. Uma mulher representando a Liberdade, guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, levando a bandeira tricolor da Revolução Francesa em uma mão e brandindo um mosquete com baioneta na outra. A pintura é talvez a obra mais conhecida de Delacroix.

O governo francês comprou a pintura em 1831 por 3.000 francos com a intenção de exibi-la na sala do trono do Palais du Luxembourg como uma lembrança para o “rei-cidadão” Louis-Philippe da Revolução de Julho. Delacroix foi autorizado a enviar o quadro para Félicité, sua tia, para o preservar. Ele foi exibido por pouco tempo no Salão de 1855. Em 1874, a pintura entrou no Louvre.

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Nota de 100 francos, em 1993.

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Estátua da Liberdade, em Nova York

Como curiosidades, a pintura inspirou a Estátua da Liberdade, em Nova York, que foi dada para os Estados Unidos como um presente dos franceses, 50 anos depois do quadro ter sido pintado. E também, uma versão gravada desta pintura, junto com uma representação do próprio Delacroix, foi destaque na nota de 100 francos no início dos anos 90.

O ataque à liberdade, um dos valores que a França disseminou pelo mundo a partir de sua Revolução, no final do século XVIII, estará sempre associada à resistência dos que não se deixam abater.

Autor: Catherine Beltrão

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