Por ter sido criada pela minha avó Edith Blin, iniciei muito cedo minha relação com a arte. Aos 4 anos, bem antes de começar a ler ou escrever, eu já distinguia obras de grandes pintores como Renoir, Van Gogh, Monet, Modigliani, Da Vinci. Aos seis anos, foi a vez da dança, mais precisamente, do balé. Passei sete anos fazendo pliés, écartés, entrechats, écartés, pirouettes… e foi ainda criança que aprendi a endeusar três das maiores bailarinas de todos os tempos: Anna Pavlova, Galina Ulanova e Margot Fonteyn.
Anna Pavlova (1881-1931) foi uma das pioneiras do balé russo e talvez a primeira estrela mundial do balé. Com sua leveza e maestria conquistou plateias e difundiu o balé por todos os continentes. Uma curiosidade: ela esteve no Brasil em 1919, logo depois de finalizada a Primeira Grande Guerra Mundial.
Anna Pavlova marcou a história da dança, tendo influenciado Sarah Bernhardt e Isadora Duncan, duas de suas admiradoras.
Galina Ulanova (1910 – 1988) nasceu em São Petersburgo e morreu em Moscou. Descendente de uma família de bailarinos, Ulanova é uma das bailarinas de maior força vital que os palcos já conheceram. Sua dança é extremamente expressiva, tendo interpretado diversos papéis devido a sua versatilidade artística. Tendo iniciado suas apresentações em 1928, interpretou vários balés no Teatro Kirov, em Leningrado e em 1944 foi transferida para oTeatro Bolshoi de Moscou. Nos anos 50, quando eu estudava balé, Edith fez este magnífico pastel – “Bailarina em azul“, inspirada em movimentos de Galina Ulanova.
Galina Ulanova e Margot Fonteyn são consideradas as maiores bailarinas do século XX.
Margot Fonteyn (1919 – 1991), diferentemente de Pavlova e Ulanova, foi uma bailarina inglesa. Em 1935, Fonteyn tornou-se primeira bailarina com apenas dezesseis anos. Mais tarde, começou a dançar com o bailarino soviético exilado Rudolf Nureyev, vinte anos mais jovem do que ela, formando a dupla mais famosa do balé conhecida até hoje. Fonteyn e Nureyev eram idolatrados até Margot se aposentar em 1979.
Antes de morrer, Margot Fonteyn foi homenageada, junto com Nureyev, como a grande dama do balé do século XX.
Tive a ocasião de ver esta dupla dançar no Theatro Municipal/RJ, nos anos 60. Foi uma das maiores emoções de minha vida.
Alguém poderia me dizer quem seriam as divas na dança do século XXI?
Autor: Catherine Beltrão