Pensei em iniciar esse post com uma pergunta mas não sei qual seria a melhor. Fiquei indecisa entre perguntar “Quem nunca ouviu falar em Giverny?” ou “Quem já ouviu falar em Giverny? ”
Giverny é uma cidade francesa, situada ao norte de Paris, já na região da Normandia. Sua importância se deve aos famosos jardins da Casa de Claude Monet ( 1840-1926 ), pintor francês e o maior nome da pintura impressionista.
Lago das ninfeias. Foto tirada em 17.09.2014, em minha visita a este jardim fantástico.
Detalhe de uma das obras da série “Ninfeias”
Detalhe da ponte japonesa em uma das obras da série “Ninfeias”
Claude Monet viveu em Giverny de 1883 até sua morte. Cuidar do jardim era uma de suas atividades preferidas. Para ajudá-lo nesta tarefa, foram contratados seis jardineiros. Em 1893, Monet comprou também um terreno vizinho onde construiu o jardim aquático, que seria sua grande fonte de inspiração nos anos seguintes. Em 1899, Monet pintou em Giverny a famosa série de quadros chamadas “Nenúfares” ou “Ninfeias”, inspirada no jardim aquático.
Lago das ninfeias com a ponte japonesa ao fundo. Foto tirada em 17.09.2014, em minha visita a este jardim fantástico.
Lago das ninfeias com foco no amarelo. Foto tirada em 17.09.2014, em minha visita a este jardim fantástico.
Na semana passada, estive na França para participar do ritual da dispersão das cinzas de minha mãe, falecida há dois meses. Nesta viagem, realizei dois desejos: o de minha mãe, que queria suas cinzas dispersadas nas “forêts de l’Oise“, em Chevrières, onde passou sua infância. O outro desejo era meu, que queria conhecer os jardins de Monet, em Giverny. Os dois desejos foram realizados. As cinzas pintaram de branco a relva no entorno da pequena capela de uma propriedade privada na pequena cidade perto de Compiegne, na região da Picardia. E as flores dos jardins de Monet coloriram meus pensamentos um tanto quanto cinzentos em que me encontrava …
Na semana em que se inicia a Primavera aqui ao sul do Equador, as flores outonais de Giverny são as mais belas do planeta.
Inacreditável estas flores aparentemente aquáticas brotando da grama… Foto tirada em 17.09.2014
Monet soube expressar a beleza das flores como ninguém. Jamais alguém o superou na concepção destas obras eternas que criou a partir do jardins de sua casa em Giverny. Ele eternizou momentos de intensa harmonia entre cores e formas, todas imaginadas em sua mente como uma quebra-cabeça de peças do paraíso…
Obra de Monet, retratando parte de seu jardim em Giverny
Benditas sejam as flores no coração da natureza!
Dálias colossais nos jardins de Monet. Foto tirada em 17.09.2014
Autor: Catherine Beltrão
Comments(5)
Eduardo Vieira says:
26 de setembro de 2014 at 02:22Que bela forma de anunciar e reverenciar a primavera que se inicia!Fico de queixo caído por tamanha beleza expressa nas palavras e fotos. Tento me teletransportar para Giverny, pois quero sentir os cheiros, ouvir os sons, sentir os sabores… tão inspiradores!
Catherine Beltrão says:
5 de outubro de 2014 at 00:41As flores de Giverny são um caminho para o que a gente possa chamar de felicidade. Esperei mais de 40 anos para visitar este jardim e, finalmente, meu desejo foi satisfeito!
Edgar Alexander says:
19 de outubro de 2014 at 18:51Lindo texto Catherine. Parabéns.
Aproveitando a ocasião, adoro Monet.
Abraços
Catherine Beltrão says:
21 de outubro de 2014 at 01:14Obrigada, Edgar! Que bom que você gostou do texto. Escrever sobre o universo de Monet é fácil: basta se sentir como uma das flores de seu jardim…
Centésimo post: a estrada da felicidade | ArtenaRede says:
17 de maio de 2015 at 21:56[…] Nesta seleção feita entre os cem posts escritos, termino com três deles, que chegaram bem perto, praticamente tocaram meu coração. O primeiro foi escrito em 25 de setembro de 2014, ao iniciar da primavera neste lado sul do Equador. Eu havia acabado de voltar de uma viagem à França, onde fui dispersar as cinzas de minha mãe, falecida dois meses antes. Nesta viagem, fui conhecer os Jardins de Monet, em Giverny. Por 40 anos, esperei por este encontro. Ao retornar, escrevi o post “As flores de Giverny“. […]