Do barroco ao moderno, perucas… hoje, de papel

No período barroco, lá pelos idos do século XVII, imensas perucas estilizadas, enfeitando cabeças de homens e mulheres, costumavam fazer sentido como parte da indumentária da época.  Já mais tarde. um século depois, talvez tenha sido a rainha Maria Antonieta, aquela que foi decapitada, a figura mais lembrada portando o tal acessório.

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 Nos tempos atuais, iniciando o terceiro milênio, a artista russa Asya Kozina resolveu reviver as tais perucas. Mas, desta vez, esculpindo em papel.

Asya4Desde 2007 Kozina trabalha com as esculturas, que chama a atenção logo no primeiro olhar. A artista já contou que todo seu gosto pelo papel vem da infância, e desde então ela segue
fascinada pelo material.

Dentre os trabalhos feitos com papel, se destacam os trajes e as perucas fascinantes e detalhadas. As perucas lembram muito os famosos poufs – acessórios de cabeça – usados pela rainha Maria Antonieta, extravagantes e volumosos, e copiado por milhares de mulheres em sua época.

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No livro Rainha da Moda, Caroline Weber define o adereço:

Asya5Pouf é um adorno construído sobre uma armação de arame, tecido, gaze, crina de cavalo, cabelo falso e os cabelos da própria mulher que o usava, eriçados altos acima da testa. E no meio dos poufs ainda iam miniaturas de natureza morta: flores, animais, frutos.”

Todas as perucas são na cor branca, e algumas contêm elementos do cotidiano (assim como Antonieta também adorava adornar sua cabeleira, com pássaros e até pequenos barcos). Primeiramente a artista faz um esboço do que será feito, e em seguida parte para o trabalho todo manual.

Asya6A série mais recente é uma combinação de luxo antigo e novo, onde o arranha-céus sobe no topo de um penteado ornamentado e o avião está decorado com flores e penas de avestruz“, descreve Asya Kozina.  Seus projetos emprestam do passado, mas também representam o presente, integrando símbolos da tecnologia moderna – aviões, edifícios – a um dos estilos históricos mais generosos que existiram, o barroco.

Finaliza Kozina: “Isso é arte pela arte, estética pela estética. Sem sentido prático. Somente a beleza é o destaque.

 Autor: Catherine Beltrão

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