Dando prosseguimento à série “Histórias de obras”, este post foca uma das obras mais valorizadas do mercado de arte mundial, uma obra-prima de Gustav Klimt. A trajetória percorrida por este retrato é bastante interessante, tendo sido, inclusive, roubada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, resgatada.
Gustav Klimt foi um pintor simbolista austríaco, um dos fundadores do movimento da Secessão de Viena, que recusava a tradição acadêmica nas artes. Seus primeiros trabalhos notórios foram como decorador de átrios, escadarias e auditórios de grandes espaços em Viena. No início do século XX, conheceu Veneza, Florença, Paris. E também Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Munch, Toorop, Gauguin, Bonnard e Matisse. É a época do período dourado de sua obra, da qual faz parte o “Retrato de Adele Bloch-Bauer I”.
Adele , mulher de Ferdinand Bloch-Bauer, tornou-se a única modelo pintada em duas ocasiões por Klimt, em 1905 e em 1912. Em 1925 Adele faleceu de meningite, e quando os nazistas ocuparam a Áustria, o seu viúvo exiliou-se na Suíça. Todas as suas propriedades foram confiscadas, incluída a coleção Klimt. No seu testamento de 1945, Bauer-Bloch designou os seus sobrinhos e sobrinhas, incluindo a Maria Altmann, como herdeiros do seu patrimônio. Nos anos que se seguiram, as pinturas de Klimt foram disputadas em batalha judicial entre os Estados Unidos e a Áustria. As obras acabaram ficando nos Estados Unidos, sendo exibidas em Los Angeles até o Retrato de Adele Bloch-Bauer I ser vendido a Lauder, dono da Neue Galerie de Nova Iorque.
A pintura passou a ser a peça central da coleção de Lauder, que passou parte de sua vida tentando recuperar a arte que tinha sido propriedade da comunidade judaica, a maioria da Alemanha e Áustria, e que fora confiscada ou roubada pelo governo nazista. Lauder trabalhou para esta meta enquanto foi embaixador dos Estados Unidos na Áustria, membro da “World Jewish Restitution Organization”, e da comissão designada por Bill Clinton para examinar casos de roubo nazista. É significativo o comentário de Lauder ao recuperar o Retrato de Adele Bloch-Bauer I: “Esta é a nossa Mona Lisa….”
Esta obra foi vendida a Lauder, em junho de 2006, em leilão da Christie’s, por US$ 87,9 milhões, o que a tornou naquele momento na segunda pintura de maior valor de todo o mundo. Atualmente, ela ocupa o sétimo lugar.
Fontes das informações:
– http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/06/mulheres-na-historia-xxiii-adele-bloch.html –http://pt.wikipedia.org/wiki/Retrato_de_Adele_Bloch-Bauer_I
Autor: Catherine Beltrão