“Retrato de Adele Bloch-Bauer I”, de Gustav Klimt (1862-1918)

Dando prosseguimento à série “Histórias de obras”, este post foca uma das obras mais valorizadas do mercado de arte mundial, uma obra-prima de Gustav Klimt. A trajetória percorrida por este retrato é bastante interessante, tendo sido, inclusive, roubada  pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, resgatada.

Retrato de Klimt por Egon Schiele - 1913

Retrato de Klimt por Egon Schiele – 1913

Gustav Klimt foi um pintor simbolista austríaco, um dos fundadores do movimento da Secessão de Viena, que recusava a tradição acadêmica nas artes. Seus primeiros trabalhos notórios foram como decorador de átrios, escadarias e auditórios de grandes espaços em Viena. No início do século XX, conheceu Veneza, Florença, Paris. E também Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Munch, Toorop, Gauguin, Bonnard e Matisse. É a época do período dourado de sua obra, da qual faz parte o “Retrato de Adele Bloch-Bauer I”.

 

Klimt - Adele

“Retrato de Adele Bloch-Bauer I”, óleo e ouro sobre tela marinheira, 1905, 138 X 138cm

Adele , mulher de Ferdinand Bloch-Bauer, tornou-se a única modelo pintada em duas ocasiões por Klimt, em 1905 e em 1912.  Em 1925 Adele faleceu de meningite, e quando os nazistas  ocuparam a Áustria, o seu viúvo exiliou-se na Suíça. Todas as suas propriedades foram confiscadas, incluída a coleção Klimt.  No seu testamento de 1945, Bauer-Bloch designou os seus sobrinhos e sobrinhas, incluindo a Maria Altmann, como herdeiros do seu patrimônio. Nos anos que se seguiram, as pinturas de Klimt foram disputadas em batalha judicial entre os Estados Unidos e a Áustria. As obras acabaram ficando nos Estados Unidos, sendo exibidas em Los Angeles até o Retrato de Adele Bloch-Bauer I ser vendido a Lauder, dono da Neue Galerie de Nova Iorque.

A pintura passou a ser a peça central da coleção de Lauder, que passou parte de sua vida tentando recuperar a arte que tinha sido propriedade da comunidade judaica, a maioria da Alemanha e Áustria, e que fora confiscada ou roubada pelo governo nazista. Lauder trabalhou para esta meta enquanto foi embaixador dos Estados Unidos na Áustria, membro da “World Jewish Restitution Organization”, e da comissão designada por Bill Clinton para examinar casos de roubo nazista. É significativo o comentário de Lauder ao recuperar o Retrato de Adele Bloch-Bauer I: “Esta é a nossa Mona Lisa….”

Esta obra foi vendida a Lauder, em junho de 2006, em leilão da Christie’s, por US$ 87,9 milhões, o que a tornou naquele momento na segunda pintura de maior valor de todo o mundo. Atualmente, ela ocupa o sétimo lugar.

Fontes das informações:

http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/06/mulheres-na-historia-xxiii-adele-bloch.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Retrato_de_Adele_Bloch-Bauer_I

Autor: Catherine Beltrão

Comente